"...É preciso que as políticas sejam credíveis, em particular que tal seja claro para as agências de rating, que já anunciaram que o risco do nosso país aumentou. Já avisaram e eu (e outros) também." - Luís Campos e Cunha/ Ver-se Grego (J Publico, 11.12.2009)
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Caro Professor,
Só com avisos, está mais que visto, não vamos lá. Os avisos são tantos já que se banalizaram. Os seus leitores e os leitores de outros avisadores, lêem, comentam com os amigos, reconhecem, os que reconhecem, que a coisa está preta, mas não mudam uma palha. As vendas de Natal, dizem as notícias, foram antecipadas e excedem já em 10% os valores observados o ano passado. Há dias quis entrar num centro comercial em Lisboa e, pela primeira vez em muitos anos, não encontrei lugar para arrumar o carro.
O Governo insiste que o défice e a dívida se resolvem com o crescimento económico mas não explicam como nem donde é que ele vai saltar. Assegura que não aumenta os impostos mas não indica como baixa a despesa. A oposição ultrapassa o Governo pela esquerda ou pela direita, conforme lhe dá mais jeito,
e aumenta o défice.
Estamos todos cientes que há um buracão um pouco mais à frente mas enquanto há distância há extravagância.
Que fazer?
Esta a pergunta que o seu aviso sugere mas não dá resposta.
Não acredito, como comecei por dizer, que com avisos se altere alguma coisa de substancial nesta nossa progressão para o buraco. Mais do que avisos há que tomar medidas que um Governo minoritário sem apoio parlamentar ou popular alargado não tem condições para implementar.
Como também não acredito que a solução se encontre em eleições antecipadas, ainda que conduzissem à formação de um Governo de maioria monopartidária absoluta, só vejo uma saída: a da intervenção do Presidente da República no sentido de forçar à constituição de um governo com a base de sustentação parlamentar mais alargada possível.
Segundo as últimas notícias, o Presidente da República, recordou que também ele governou com uma base de apoio parlamentar minoritária. Nessa altura, porém, o défice, a dívida pública, o potencial de crescimento económico, a dívida externa, as ajudas da CEE, a conjuntura externa, eram bem diferentes.
O senhor Presidente da República não ignora isso. Porque espera? Pelos ratings revistos de novo em baixa?
Caro Professor,
Só com avisos, está mais que visto, não vamos lá. Os avisos são tantos já que se banalizaram. Os seus leitores e os leitores de outros avisadores, lêem, comentam com os amigos, reconhecem, os que reconhecem, que a coisa está preta, mas não mudam uma palha. As vendas de Natal, dizem as notícias, foram antecipadas e excedem já em 10% os valores observados o ano passado. Há dias quis entrar num centro comercial em Lisboa e, pela primeira vez em muitos anos, não encontrei lugar para arrumar o carro.
O Governo insiste que o défice e a dívida se resolvem com o crescimento económico mas não explicam como nem donde é que ele vai saltar. Assegura que não aumenta os impostos mas não indica como baixa a despesa. A oposição ultrapassa o Governo pela esquerda ou pela direita, conforme lhe dá mais jeito,
e aumenta o défice.
Estamos todos cientes que há um buracão um pouco mais à frente mas enquanto há distância há extravagância.
Que fazer?
Esta a pergunta que o seu aviso sugere mas não dá resposta.
Não acredito, como comecei por dizer, que com avisos se altere alguma coisa de substancial nesta nossa progressão para o buraco. Mais do que avisos há que tomar medidas que um Governo minoritário sem apoio parlamentar ou popular alargado não tem condições para implementar.
Como também não acredito que a solução se encontre em eleições antecipadas, ainda que conduzissem à formação de um Governo de maioria monopartidária absoluta, só vejo uma saída: a da intervenção do Presidente da República no sentido de forçar à constituição de um governo com a base de sustentação parlamentar mais alargada possível.
Segundo as últimas notícias, o Presidente da República, recordou que também ele governou com uma base de apoio parlamentar minoritária. Nessa altura, porém, o défice, a dívida pública, o potencial de crescimento económico, a dívida externa, as ajudas da CEE, a conjuntura externa, eram bem diferentes.
O senhor Presidente da República não ignora isso. Porque espera? Pelos ratings revistos de novo em baixa?
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