Monday, January 05, 2009

A NUDEZ FORTE DAS CONTAS

Alguns professores de macroeconomia, não sei se a maior parte deles se uma minoria, por enquanto, andam preocupados com o rumo que o "main stream" da ciência económica tomou. Os modelos matemáticos que era suposto darem à arte o prestígio da ciência revelaram-se erráticos em muitos casos ou impotentes em muitos outros. Resultado: Como as contas não lhes dão certas, alguns macroeconomistas entendem que o melhor caminho a tomar é mandar as contas às malvas e voltar aos tempos da dialética doutrinária. Sem contas não há erros de cálculo, toda a gente acerta. A "ciência económica vai nua", declaravam os Cinco há cerca de um mês mas muita gente vinha a dizer o mesmo desde que a crise mostrou as garras.
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Verdade seja que as contas haviam tomado conta da análise e nenhuma investigação, para ser vista com respeitabilidade pelos cartórios científicos, poderia dispensar os cálculos mais intrincados mesmo que, afinal, demonstrassem o óbvio. Noutros casos, o esforço matemático procurava demonstrar o lado errado do senso comum. Mas como a resultante dos comportamentos dos agentes económicos se regula pelo senso comum, que é poliédrico, o mundo vai por um lado e a teoria, frequentemente, por outro.
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As posições parecem extremadas pela ocorrência desta crise que compromete, sensivelmente, as convicções que davam como adquirido que outra crise não iria ocorrer. Em 2003 Robert Lucas, Nobel da Economia em 1995, afirmava na sua comunicação na reunião anual da American Economic Association:
"the central problem of depression-prevention has been solved, for all practical purposes"
(cit. Krugman em "The Return of Depression Economics And The Crisis of 2008).
Como é que, volvidos cinco anos, a confiança de Lucas e tantos outros tenha sido destroçada?
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O falhanço merece muita dialética. Mas não se perceberá cabalmente sem fazer algumas contas.

2 comments:

A Chata said...

É só somar.

Job displacement e outsourcing em força - lucros fabulosos.

Crédito fácil para todos e qualquer um para comprar os produtos baratinhos que fabricamos na China, na India ou no Bangladesh por uma tigela de arroz e casas sobrevalorizadas.

Desemprego e emprego precário (mal-pago) a crescer.

Uns 'maganos' a receber prémios milionários e a meter dinheiro ao bolso dedicam-se a negócios cada vez mais perigosos.

Mafias a prosperar em roda livre.

Governantes corruptos e comprados.

População mundial a continuar a crescer e a concentrar-se nos centros urbanos.

Populações famintas, fartas de guerras, secas e cheias a emigrar em força acumulando-se nas cidades e suburbios dos ditos países desenvolvidos.

Esperava-se o quê?

A Chata said...

Para esquecer as contas.

German lovers – aged six and five – try to elope to Africa
Mika and his girlfriend Anna-Bell found on way to airport with lilo, swimming trunks and a witness for the wedding in tow

Kate Connolly in Berlin

It is a dream that has been shared by lovers across the centuries – the chance to elope to exotic lands. But few would have been as bold and spontaneous as six-year-old Mika and his five-year-old sweetheart Anna-Bell who, after mulling over their options in secret, packed their suitcases on New Year's Eve and set off from the German city of Hanover to tie the knot under the heat of the African sun.
Donning sunglasses, swimming armbands and dragging a pink blow-up lilo and suitcases on wheels packed with summer clothes, cuddly toys and a few provisions, they walked a kilometre up the road, boarded a tram to Hanover train station and got as far as the express train that would take them to the airport before a suspicious station guard alerted police.

Anna-Bell told the German television station RTL: "We wanted to get married and so we just thought: 'Let's go there.' "
Mika said: "We wanted to take the train to the airport, then we wanted to get on a plane and when we arrived we wanted to unpack the summer things and then we wanted to go for a bit of a stroll in the sun."
http://www.guardian.co.uk/world/2009/jan/05/german-children-elope-mika-annabel