Wednesday, February 21, 2007

PATRIMÓNIO DE QUEM?

Helena Matos, colunista do "Público" e bloguista do "Blasfémias", escreve hoje na sua coluna alternante com Rui Tavares, no "Público" que vê "como positivo o facto de a Câmara Municipal de Lisboa estar quase paralisada. Senão vejamos o que Carmona achou que ainda podia fazer... disse que ia vender por metade do preço milhares de casas que fazem parte do património municipal (embora o município não saiba ao certo quantas casa possui e qual o seu estado) ...
O que parece preocupar, a este respeito, a colunista não é que as casas sejam vendidas por metade do preço (que preço?) mas que Carmona tenha pensado alienar património municipal. Para uma liberal de sete costados não parece preocupar que esse património esteja, em grande parte devoluto e ao abandono. Se assim fosse, ela teria contestado o critério do preço mas não a ideia da alienação. Porque é esta que importaria discutir. Porque é na condição de proprietário e senhorio que a Câmara, neste caso, claudica vergonhosamente.
Mas a posição de Helena Matos é coerente com a normal postura dos colunistas: qualquer ideia é má mas não avançam com nenhuma outra.
Helena Matos poderia contestar as condições do preço, com toda a razão. Porquê 50%?. Coloque a Câmara os pardieiros que tem à venda em leilões competitivos e verá que não tem de fazer descontos. Basta-lhe que imponha regras (prazos, salvaguarda de valores arquitectónicos quando for caso disso, e volumetria) para a reconstrução e esteja atenta ao mercado.
E dê prioridade aos processos de reconstrução relativamente aos processos de novas construções. E reduza as custas dos primeiros e agrave as dos segundos.

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