Thursday, February 15, 2007

COMBÓIOS & COMBOIADAS

Caiu ao rio o comboio do Tua.
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http://ocomboio.net/diaporama/linha_do_tua_2006/
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Miguel Cadilhe tinha dedicado a sua reflexão semanal no caderno de Economia do Expresso a Barca de Alva e ao comboio que, construído em 1880 e destruído 100 anos depois, propondo que seja feito dele “um esplêndido motivo turístico e cultural” precisando (apenas) “ de uns bons investimentos públicos, uma paciente concessão privada, um profícuo acordo com Castilla-y-Léon, que aliás, o deseja…”

Os adjectivos ameaçam sempre as ideias. O que é Miguel Cadilhe quererá dizer por “bons investimentos públicos”? E por “paciente concessão privada” e “profícuo acordo com Castilla-y-Léon”? Como é que um homem que sempre se quis de ideias claras escreve um texto tão redondo?

O Correio da Manhã noticia hoje o caso de um funcionário da Refer, indemnizado com 210 mil euros por saída antecipada após 35 anos de serviço ter sido admitido numa outra empresa do Grupo CP.

Há algumas semanas atrás outro funcionário superior da CP denunciava publicamente em blogue que estava há seis anos sem funções atribuídas mas com secretária ás ordens e o ordenado pago.

Esta semana o Tribunal de Contas tornava público relatório que calcula em 18,4 mil milhões de euros os sobre custos em parcerias público-privados na área dos transportes rodoviários e ferroviários.

O Público de ontem, caderno de Economia, referia que o endividamento total das empresas públicas ascendia, no final de 2005, a cerca de 15% do PIB português.
De acordo com as contas realizadas o ano passado pelo Ministério das Finanças, a dívida cifrava-se em 22161 milhões de euros, estando concentrada no sector de transportes e da gestão de infraestruturas. Isto significa que um valor correspondente a quase um quarto da dívida pública declara está escondido no sector empresarial do Estado. O Estado terá, no futuro, de garantir as condições para o seu pagamento.

Miguel Cadilhe, a propósito da estação de barca de Alva, pergunta: Como foi possível o municipalismo sucumbir ao centralismo? Percebe-se a intenção da pergunta por parte de um regionalista qualquer. Do regionalista Miguel Cadilhe esperava-se que desse mais atenção às contas e poupasse nos adjectivos.

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