Monday, February 05, 2007

O GRANDE GABIRU

A primeira página do "Público" de hoje é dedicada a mais um exemplo do estilo abominável do dono da Madeira que a pusilanimidade dos políticos "contenentais" consente. De vez em quando, assiste-se a uma ou outra reacção epidérmica mas nenhuma foi, até hoje, capaz de fazer JJ obedecer às leis da República. Para quem duvida das virtualidades dos pactos de regime na reparação de certos entorses, o caso da Madeira apresenta-se como exemplo paradigmático do rato que se esgueira impune entre os gatos assanhados. O desplante de JJ é um insulto grosso a todos nós.
.
Com uma tiragem diária de 5000 exemplares, cada cópia, vendida, dada ou reciclada, custa-nos a todos os que pagam impostos, mais de meio euro cada. Para JJ e a sua trupe poderem continuar com o número do costume.
.
João Jardim: apoios ao "Jornal da Madeira" servem para manter o pluralismo
.
Alberto João Jardim afirmou hoje que os apoios financeiros ao "Jornal da Madeira" servem para manter o pluralismo na comunicação social, em reacção ao relatório do Tribunal Constitucional que refere a atribuição de quase cinco milhões de euros àquele título em 2005.
O relatório "Fluxos Financeiros entre a Administração Pública Regional e a entidades de comunicação social", noticiado hoje pelo PÚBLICO, revela que o Governo Regional da Madeira concedeu, em 2005, mais de 4,6 milhões de euros ao "Jornal da Madeira" sob a forma de suprimentos e compra de publicidade.O montante representa quase 75 por cento do total de apoios concedidos naquele ano pela administração pública regional a órgãos de comunicação social, adianta o PÚBLICO com base no relatório do Tribunal de Contas (TC)."O 'Jornal da Madeira' é, hoje, uma guerra de regime, não alinha pelo pensamento único e pela falta de pluralismo que está vigente em Portugal", disse Alberto João Jardim.Para o governante madeirense, "Portugal é, hoje, uma democracia de opereta em que não há pluralismo ideológico, nem pluralismo na comunicação social" e, por isso, considera o "'Jornal da Madeira' [como] um marco dessa luta"."Custe o que custar [o "Jornal da Madeira"] tem de ser mantido para continuar a desenvolver uma luta contra o sistema imposto", concluiu João Jardim.O responsável pelo Governo Regional admitiu que o seu executivo "obviamente que se aproveita para ali fazer publicidade".Apesar de dizer que não comenta relatórios de órgãos jurisdicionais, João Jardim defende que o Tribunal de Contas tem como missão constitucional avaliar a legalidade da receita e da despesa e não de critérios do governo regional."Os critérios do governo já não são da conta do tribunal, são do âmbito do poder executivo e, quando os tribunais desatam a fazer comentários aos critérios executivos do Governo, está a quebrar o princípio sagrado em democracia que é o da independência dos poderes", concluiu.João Jardim assina página de opinião. O "Jornal da Madeira" é detido maioritariamente pelo executivo regional, apesar de o estatuto editorial ser da diocese do Funchal.Alberto João Jardim foi director da publicação após o 25 de Abril de 1974 e antes de assumir a presidência do governo regional, em 1978, altura em que a região adquiriu a quase totalidade do capital deste jornal, onde o governante assina uma página de opinião quase diariamente.

No comments: