Saturday, July 31, 2021

O JOGO DO 19

Sim às máscaras: Vacinados podem ter a mesma quantidade de vírus que os não vacinados-
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Resultados de estudo norte-americano determinam recomendação para que as pessoas vacinadas voltem a usar máscara em espaços fechados, nas zonas dos Estados Unidos onde a variante delta está a alimentar uma subida das infeções.

Reuters

Um estudo sobre um surto de casos de infeção com o novo coronavírus no Estado do Massachusetts, nos Estados Unidos, concluiu que as pessoas vacinadas podem ser portadoras da mesma quantidade de vírus que as não vacinadas.

Na sexta-feira, dirigentes do setor da saúde dos EUA divulgaram detalhes desta investigação, que foi decisiva na decisão, tomada esta semana, dos Centros de Controlo e Prevenção de Doença (CDC, na sigla em Inglês) de recomendar às pessoas vacinadas que voltem a usar máscara em espaços fechados, nas zonas dos EUA onde a variante delta está a alimentar uma subida das infeções.

Os autores do estudo afirmam mesmo que as conclusões sugerem que a orientação dos CDC sobre o uso das máscaras deve ser expandida para o conjunto do país, mesmo para eventos fora de portas.

As conclusões têm o potencial de alterar o pensamento sobre a forma como a doença é transmitida. Antes, pensava-se que as pessoas vacinadas que foram infetadas tinham baixos níveis de vírus e não os deveriam transmitir a terceiros. Mas a nova informação mostra que não é o caso com a variante delta.

O surto em Provincetown --- uma estância turística no cabo Cod, no condado com a maior taxa de vacinação do Massachusetts --- já conta com mais de 900 casos. Destes, cerca de três quartos respeitam a pessoas que tinham sido totalmente vacinadas.

Como muitos Estados, o Massachusetts levantou todas as restrições associadas ao novo coronavirus no final de maio, antes do Memorial Day, que marca o início da época de verão. Mas esta semana Provincetown reinstituiu a exigência da máscara para todas as pessoas.

Documentos internos do CDC, que vieram a público, sobre o surto de infeções e a variante delta sugerem que o CDC pode estar a considerar outras alterações no aconselhamento da luta contra o coronavirus nos EUA, como recomendar o uso generalizado de máscaras e exigir a vacinação de médicos e outros trabalhadores da saúde.

A variante delta provoca infeções que são mais contagiosas que a gripe comum, a varíola e o vírus Ébola e é tão contagiosa como a varicela, segundo os documentos, que mencionam os casos de Provincetown.

Os documentos foram obtidos pelo Washington Post. Como salientam, as vacinas contra o novo coronavirus são muito eficazes contra a variante delta na prevenção de mortes e doenças graves.

O surto em Provincetown e os documentos realçam o enorme desafio que o CDC enfrenta no encorajamento da vacinação, enquanto admite que os surtos podem acontecer, mesmo que raros.

Os documentos parecem ser guias para declarações públicas dos quadros do CDC. Um ponto aconselha: "Reconhecer que a guerra mudou", em referência aparente à preocupação crescente com a possibilidade de muitos milhões de vacinados poderem ser fonte de contágios generalizados.

Uma porta-voz da agência declinou fazer comentários.

Se bem que os peritos concordem com a posição revista do CDC sobre o uso de máscaras em espaços fechados, alguns afirmam que o relatório do surto de Provincetown não prova que as pessoas vacinadas são uma fonte significativa de novas infeções.

"Há uma plausibilidade científica para a recomendação (do CDC). Mas não deriva deste estudo", disse Jennifer Nuzzo, uma investigadora em saúde pública da Johns Hopkins University.

O estudo do CDC é baseado em cerca de 470 casos de infeções ligados às festividades em Provincetown, que incluíram eventos com muitas pessoas, em espaços fechados e abertos, em bares, restaurantes, casas de aluguer e outras habitações.

Os investigadores fizeram testes a parte deste universo e encontraram sensivelmente o mesmo nível de vírus nas pessoas que foram vacinadas e nas outras.

Três quartos das infeções foram em pessoas totalmente vacinadas. Entre os que tinham todas as doses da vacina, cerca de 80% sentiram sintomas, como tosse, dor de cabeça, febre, dores de garganta e dores musculares.

Os dirigentes do CDC adiantaram que há mais estudos, e de âmbito superior, a serem feitos e a chegar, em que se estão a seguir dezenas de milhares de vacinados e não vacinados em todo o país.

Wednesday, July 28, 2021

A INDIGESTÃO DOS SAPOS



Relatório do inquérito ao Novo Banco aprovado. PS votou contra “ataque partidário”-
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PS fala em “ataque partidário”. PSD diz que este “não é o relatório do PSD”. BE diz que relatório distribui responsabilidades de forma “equitativa”. Versão final do relatório agravou responsabilidades do Governo PS na venda e fala em “fraude política” na resolução feita pelo executivo PSD/CDS-PP.

19 EM SINGAPURA

Pessoas vacinadas em Singapura representam três quartos dos casos recentes de infecções - aqui

Três quartos das infecções por covid-19 de Singapura nas últimas quatro semanas foram entre indivíduos vacinados, mostram dados do governo, num momento em que a aceleração na vacinação deixa menos pessoas não vacinadas.

Singapura já inoculou quase 75% dos 5,7 milhões de habitantes e metade da população está totalmente vacinada.

Foram reportados 1096 casos de transmissão local nos últimos 28 dias, dos quais 484, ou seja 44%, foram entre pessoas totalmente vacinadas, enquanto 30% em cidadãos parcialmente vacinados (os 25% restantes não tinham recebido ainda qualquer vacina).

Contudo, apenas um doente já vacinado desenvolveu doença grave, num total de sete pessoas.


 

Wednesday, July 21, 2021

FUNDAÇÔES SEM FUNDAMENTO

Há números para todos os gostos quando se pergunta quantas fundações existem - aqui

Numa altura em que o Parlamento altera a Lei-Quadro das Fundações, um estudo promovido pelo Centro Português de Fundações defende que é “urgente” saber quantas e quais existem. “Este desconhecimento é contraproducente” e contrário à transparência.


As misericórdias são associadas, “com mais intensidade”, à ajuda e as fundações “à ideia de lucro” Nuno Ferreira Santos .                                                                                      Quantas fundações existem em Portugal? Esta é a pergunta para um milhão de dólares sempre que se fala sobre o assunto. E porquê? Porque não há uma resposta fechada. Num estudo publicado esta quarta-feira pelo Centro Português de Fundações (CPF), os investigadores revelam que foi possível identificar oito números diferentes para retratar o universo de fundações, pedem urgência na caracterização desta área e defendem que a opacidade não joga a favor do sector, quando as próprias fundações já lidam com uma percepção social de que estas são constituídas para dar lucro ou para fugir aos impostos.    O estudo sobre o Impacto Social das Fundações Portuguesas, dirigido pela Católica Porto Business School da Universidade Católica Portuguesa e promovido pelo CPF, tem como objectivo “conhecer e dar a conhecer o impacto social das fundações privadas”. No entanto, os investigadores confrontaram-se com um problema de base: a falta de informação sobre quantas e quais são as fundações. Os autores do estudo identificaram dados de entidades oficiais e não oficiais, reunindo assim um conjunto de oito números para o universo das fundações. O Instituto dos Registos e do Notariado disponibiliza a listagem das fundações registadas no Registo Nacional das Pessoas Colectivas, “que incluir 873 fundações (a 3 de Setembro de 2020) privadas e públicas (de direito privado)”.           Já o Instituto Nacional de Estatística (INE) diz que são 619 fundações, à data de 29 de Julho de 2019, que os investigadores deduzem serem privadas visto serem da economia social. Já o portal dos serviços públicos eportugal.gov.pt disponibiliza uma lista de 53 fundações, “sem explicar o critério subjacente à escolha (a 27 de Março de 2021)”. Foram encontrados outros números através de entidades não oficiais — a base de dados SABI fala em 322 fundações, a base de dados Informa - Dun&Bradstreet identifica 598, o CPF tem 141 fundações associadas, o Sistema de Informação da Classificação Portuguesa de Actividades Económicas aponta para 646 fundações, e a Base de Dados Social, um portal recente que ainda está a receber informação, tem 54 registos de fundações.                        Esta falha na informação é evidenciada numa altura em que o Parlamento mexe na Lei-Quadro das Fundações. A proposta do Governo para as fundações privadas pretende dar mais poderes ao executivo na sua extinção, bem como a possibilidade de aplicação de multas até 10 mil euros para as fundações falsas. Num parecer à proposta do executivo, o CPF considerou existirem avanços, mas colocou em cima da mesa ideias, entre outras, para combater “o clima de suspeição que paira (injustamente!)” sobre as fundações. A má imagem das fundações: o lucro e a fuga aos impostos.   Sem um retrato fidedigno (até tendo em conta limitações dos próprios dados como a distinção entre fundações públicas e privadas ou a falta de acesso a maior detalhe na informação) de quantas são e quem são, os autores do estudo consideram que falta conhecer desde logo uma “simples listagem das fundações privadas, em actualização permanente”. Um desafio que, ao não ser assumido por entidades públicas, deve ser assumido pelo próprio sector. “Não tendo o Estado tido a capacidade de o fazer, até ao momento, apesar do escrutínio realizado em 2012 e da responsabilidade assumida recentemente pelo Instituto de Registos e Notariado, poderá ser uma iniciativa do sector, que só terá a beneficiar com esse esforço de transparência”, defende o CPF presidido por Maria do Céu Ramos.  646 Número de Fundações registado pelo Sistema de Informação da Classificação Portuguesa de Actividades Económicas

Até porque a ideia que a sociedade civil tem das fundações não é a melhor. “Este desconhecimento é contraproducente, contrariando o espírito de transparência”, diz o estudo. Aliás, os autores lembram que a Lei-Quadro das Fundações prevê exigências em matéria de transparência, como por exemplo, a descrição do património inicial da fundação, assim como o montante de ajudas públicas que recebem. Imposições que se aplicam às fundações privadas com estatuto de utilidade pública.

Lembram também que, por definição, uma fundação não tem como objectivo gerar lucros e que, se estes existirem têm de ser reinvestidos na própria fundação, mas avisam que não é esta a ideia que a sociedade tem das mesmas. Recorrendo aos resultados de um inquérito à população sobre a visão que as pessoas têm das fundações, de Janeiro de 2021, feito pela Social Data Lab — um laboratório de produção e análise de dados , os autores dizem que, no geral, existe uma boa opinião sobre as fundações, mas reconhecem aspectos menos positivos sobre as mesmas. As misericórdias são associadas, “com mais intensidade”, à ajuda e as fundações “à ideia de lucro”. “Como motivos para criar uma fundação, surgem, com alguma intensidade, respostas como o pagar menos impostos ou o ganhar dinheiro”, contam os autores. 

Apesar das limitações quanto ao conhecimento do que são as fundações e de a sua imagem não ser a melhor, os autores concluem que o seu impacto social é superior ao que elas representam. Partindo dos dados do INE, os autores adiantam que “as fundações geram na economia portuguesa emprego, remunerações e valor acrescentado bruto em montante muito superior ao peso que têm no universo da economia social em termos de número de entidades”. “Constituindo 0,9 % das entidades da economia social, pesam 6 % no emprego (emprego a tempo completo), 7% nas remunerações e 6,9% no Valor Acrescentado Bruto desse universo”, revela o estudo. Os dados do INE, que reportam a 2016, mostram que 619 fundações da economia social empregavam 14.113 trabalhadores e pagavam 304 milhões de euros em remunerações. Os serviços sociais, a saúde e a educação são os sectores onde estão mais presentes. 

No estudo foram analisados 12 fundações em concreto, entre elas a Fundação Calouste Gulbenkian, criada em 1956, com 550 trabalhadores (a que emprega um maior número de pessoas entre as 12 fundações analisadas) e com um activo total avaliado em 3,2 mil milhões de euros, o de maior dimensão entre os casos estudados.

Tuesday, July 20, 2021

O JOGO DA CABRA CEGA

CEGA, DOIDA OU CONIVENTE? CEGA, DOIDA E CONIVENTE.

Recurso do Ministério Público acusa Ivo Rosa de distorcer Operação Marquês

Procuradores criticam “a ineptidão da pronúncia” do juiz e pedem a sua nulidade. Advogada de Carlos Santos Silva diz que não consegue ler 96 folhas por hora para cumprir prazo imposto pelo magistrado. - aqui .. "O que parecia ser um cenário impossível sucedeu: na Operação Marquês o juiz de instrução criminal Ivo Rosa conseguiu colocar do mesmo lado da barricada o arguido Carlos Santos Silva e o Ministério Público. Ambos qualificam como absurda a versão dos factos que remeteu para julgamento no despacho instrutório que proferiu a 9 de Abril passado, e que transforma o empresário amigo do ex-primeiro ministro José Sócrates em seu corruptor activo..."

 

Friday, July 09, 2021

DEMASIADA TRANSPARÊNCIA

 aqui

Vieira terá comprado uma dívida sua de 54 milhões ao Novo Banco por um sexto do valor 

Compra directa da dívida ao Novo Banco por empresário amigo de Vieira foi chumbada pelo Fundo de Resolução, mas tal fez com que o sucessor do BES recebesse menos três milhões pelo negócio. 

Dívida acabou por ser comprada indirectamente por Vieira por menos 600 mil euros do que era a oferta inicial.

Foi o próprio Luís Filipe Vieira que esteve por trás da compra realizada no ano passado de uma dívida de 54,3 milhões de euros que uma das suas empresas, a Imosteps, tinha ao Novo Banco, tendo desembolsado por ela apenas um sexto do valor que o Banco Espírito Santo (BES) lhe tinha emprestado mais de seis anos antes. E o negócio ainda veio com dois bónus: por um lado, uma participação de 12,5% que o Novo Banco tinha numa outra sociedade, a Oata, que era o principal activo da Imosteps, que detinha 50% do seu capital; por outro lado, ficou com o direito a receber um reembolso de mais de 17 milhões de euros que o BES injectara nessa empresa, que tem um terreno com aval para construir 102 mil metros quadrados na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Esta é a tese defendida pelo Ministério Público (MP) nos mandados de buscas no âmbito das buscas realizadas na Operação Cartão Vermelho, que esta quarta-feira levou à detenção de quatro pessoas, incluindo o presidente do Benfica, o seu filho e dois empresários amigos. Os quatro suspeitos foram presentes esta quinta-feira à tarde ao juiz de instrução Carlos Alexandre, que os identificou. A pedido das defesas o magistrado providenciou aos detidos e aos respectivos advogados salas individuais para conversarem e tempo para consultarem o processo até às 22h. Os interrogatórios dos arguidos ficaram marcados para as 9h desta sexta-feira, uma diligência que poderá culminar com o pedido para que o presidente do Benfica fique em prisão preventiva, como se admite nos despachos que suportam os mandados de buscas. Apesar de, formalmente, quem comprou e financiou a dívida da Imosteps ao Novo Banco ter sido um fundo controlado pelo empresário José António dos Santos, fundador do maior grupo nacional do sector agro-alimentar e amigo do presidente do Benfica, na realidade todo o esquema terá sido montado por Vieira e pelo filho Tiago, sustenta o MP. Tudo começa em final de 2012 quando por indicação do banqueiro Ricardo Salgado, presidente do BES, a Imosteps compra 50% do capital da Oata à construtora Opway. O contrato é assinado pelo filho de Vieira, em nome da Imosteps. O próprio Novo Banco tinha 12,5% da Oata que tinha, através de outras sociedades, dois negócios: um relativo a terrenos e projectos para dois cemitérios localizados no Rio de Janeiro, dos quais detinha a maioria do capital, e a tal propriedade com aval para construir uma área total de 102 mil metros quadrados na Barra da Tijuca — imóveis sobre os quais, segundo o MP, “havia grandes expectativas de obtenção de grandes lucros”.

Thursday, July 01, 2021

O MAI CALADO

 J.B. - "... Se há alguém que sabe muito bem se a viatura ia com excesso de velocidade e na faixa da esquerda sem justificação é de facto o senhor ministro Cabrita, a não ser que viesse a dormir….por isso não se percebe porque continua calado perante a indignação geral!
Se quer “safar” o desgraçado do motorista basta que assuma a responsabilidade (e as consequências) de lhe ter ordenado para conduzir desse modo, ou não lhe ter dado ordem para conduzir dentro dos limites de velocidade impostos legalmente….
Isso sim, seria digno de um ministro de um Estado democrático ! Penso eu ..."

E pensas bem, J.B.
Este caso recorda-me um outro passado há uns cinquenta e tal anos.
Viajava na EN1, nessa altura a A1 era menos de meia A 1, um presidente de câmara municipal  e deputado à Assembleia Nacional.
Do acidente resultou, além do mais que agora não recordo, o presidente deputado ter sido hospitalizado e amputada uma perna.
O presidente deputado declarou-se logo culpado: tinha-se atrasado por ter sido demorada mais do que previra a reunião na câmara municipal e pedira ao motorista que acelerasse o que pudesse porque tinha de estar em Lisboa para uma reunião na AR.
Nem todos, naqueles tempos, eram safados para procurarem safar-se de qualquer modo.
 
--- act. 02/07