Thursday, March 26, 2015

COM QUANTOS ADVOGADOS DE DEFESA CONTA RICARDO SALGADO?

"A supervisão, se calhar, também devia ter visto mais cedo ... ", disse ontem, vd. aqui, a ministra na última sessão da CPI ao caso BES.

Há desde já, em resultado do que se ouviu durante as sessões púbicas da comissão parlamentar de inquérito ao caso BES, várias conclusões que legitimamente se podem retirar. Uma delas foi a evidente, e já implícita ou explicitamente admitida pelas partes,  descoordenação entre os supervisores envolvidos na resolução das questões colocadas pela erupção da falência do GES, uma vez falhada, pelos mesmos,  a sua prevenção: o Banco de Portugal,  a Comissão de Mercado de Valores e, em certa medida, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões. 
E a ministra?

A ministra, se calhar, não fez o que devia. Um se calhar que só pode significar certamente, porque não é admissível que a ministra tenha dúvidas acerca dos flancos abertos pela descoordenação observada entre os supervisores ao longo do processo. Viu o que toda a gente viu e, no mínimo, deveria ter oportunamente intervindo no sentido de concertar a coordenação que a complexidade exigia. Com a preocupação de sacudir a água do capote, a ministra acaba por dizer o que deveria calar. A quem aproveita esta escaramuça mesquinha entre forças (incompetentes) que deveriam estar alinhadas do mesmo lado?

A Ricardo Salgado, obviamente. 
Se as inabilidades dos polícias não justificam os actos dos criminosos, a estes aproveita sempre a oportunidade de esgrimirem em juízo, se lá chegarem, com as contradições nos depoimentos dos guardas de serviço.

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