Wednesday, April 20, 2011

FATAL

Investidores exigem mais de 22% de juros para comprarem dívida grega a dois anos. A Portugal já pedem mais de 11%, no mercado secundário, para adquirirem obrigações a cinco anos. Os juros estão a disparar e a razão é a crescente crença de que a Grécia – e a seguir outros países – terão de reestruturar a dívida. (aqui).

Se os investidores pensam (e pensam bem) que a Grécia, e Portugal e mais alguns sobreendividados, não vão conseguir pagar as dívidas e os juros e que as reestruturações são inevitáveis, só há uma solução: dar-lhes razão e reestruturar, quanto mais cedo melhor. 

Adiar o inevitável só pode torná-lo mais inevitável ainda.

A reestruturação não é uma pera doce: nem para os credores, que sofrem o "hair cut", nem para os devedores, que ficam marcados pelo incumprimento. Mas se as condições da ajuda externa ou a incapacidade do ajudado não permitirem, só por si,  a recuperação financeira e económica, a reestruturação é o inevitável remédio maldito.
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Entretanto, o euro continua impante contra o dólar: 1,452 neste momento.
Diziam os analistas financeiros em Junho do ano passado que o euro caminhava para a paridade com o dólar. Viu-se.
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Reestruturação não desvaloriza a moeda, desvaloriza a dívida. A desvalorização da moeda decorre do aumento desproporcionado da liquidez. Entre reestruturar as dívidas e desvalorizar a moeda, na Europa, leia-se sobretudo os alemães, preferirão sempre a primeira. Entretanto, esperam, sem grandes esperanças, não ir por um lado nem outro. Até 2013.

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