Quando, no último trimestre de 2005, comecei a entreter-me com este caderno, escrevi isto:
...
Pelo menos num ponto estão de acordo os cinco candidatos a Presidente da República: Portugal está em crise, económica, financeira, social, cada um cita a lista que lhe parece mas não se detectam divergências.
Se assim é, se a crise existe e não é um fantasma, a definição de meia dúzia de caminhos consensuais para a sua ultrapassagem pode ser complicada mas tem que ser tentada e não se perde a democracia por isso.
Posto entre a espada do defice e a parede da União Europeia, o actual Governo tem demonstrado grande determinação para romper algumas teias tecidas ao longo de muitos anos e que impedem o caminho do progresso mas também tem abusado, em algumas situações críticas para o funcionamento salutar da democracia, da maioria de votos que recebeu. Pode o Governo continuar a assumir-se auto-suficiente na sua maioria absoluta mas a erosão é incontornável e os riscos de patinar quando os rastos se alisarem terão custos insuportáveis para o País.
E quando os custos são insuportáveis os órgãos entram em falência.
Um País falido é aquele que deixou de ter capacidade para solver os seus compromissos.
Infelizmente não estamos longe disso.
.
Passados cinco anos e meio, o Presidente da República convidou os seus três antecessores vivos para uma concelebração do dia da liberdade, o exorcismo dos fantasmas que nos entorpecem e a convocação ao esforço conjunto para o salto das barreiras que têm de ser ultrapassadas se o objectivo é não descolar de vez do pelotão europeu.
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Pelo menos num ponto estão de acordo os cinco candidatos a Presidente da República: Portugal está em crise, económica, financeira, social, cada um cita a lista que lhe parece mas não se detectam divergências.
Se assim é, se a crise existe e não é um fantasma, a definição de meia dúzia de caminhos consensuais para a sua ultrapassagem pode ser complicada mas tem que ser tentada e não se perde a democracia por isso.
Posto entre a espada do defice e a parede da União Europeia, o actual Governo tem demonstrado grande determinação para romper algumas teias tecidas ao longo de muitos anos e que impedem o caminho do progresso mas também tem abusado, em algumas situações críticas para o funcionamento salutar da democracia, da maioria de votos que recebeu. Pode o Governo continuar a assumir-se auto-suficiente na sua maioria absoluta mas a erosão é incontornável e os riscos de patinar quando os rastos se alisarem terão custos insuportáveis para o País.
E quando os custos são insuportáveis os órgãos entram em falência.
Um País falido é aquele que deixou de ter capacidade para solver os seus compromissos.
Infelizmente não estamos longe disso.
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Passados cinco anos e meio, o Presidente da República convidou os seus três antecessores vivos para uma concelebração do dia da liberdade, o exorcismo dos fantasmas que nos entorpecem e a convocação ao esforço conjunto para o salto das barreiras que têm de ser ultrapassadas se o objectivo é não descolar de vez do pelotão europeu.
Voltei ao tema dezenas de vezes ao longo destes anos de entretenimento das meninges. Muitas das prédicas que agora nos zumbem à volta eram demasiado previsíveis para que um observador geralmente mal informado como eu não as antecipasse. Por que acordaram, então, quase todos eles tão tarde?
O actual PM, comentou os discursos, que apelaram ao consenso à volta dos grandes desígnios nacionais e repudiaram os tiques de confronto partidário sistemático, imputando a falta de diálogo e consenso à oposição. Sempre igual a si mesmo, portanto.
Passos Coelho tinha-se afirmado anteontem como especialista em boas farófias.
Se forem mesmo boas sempre serão melhores que as que já temos.
Passos Coelho tinha-se afirmado anteontem como especialista em boas farófias.
Se forem mesmo boas sempre serão melhores que as que já temos.
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