Thursday, June 24, 2010

QUEM É QUE FALOU EM GUERRA?

A Alemanha é um perigo para a Europa, afirma Soros numa entrevista que registei ontem aqui e aqui. O artigo do Jornal de Negócios que resumia a entrevista acrescentava, em abono da posição de Soros que,
"Mais mordaz foi o Nobel da Economia Paul Krugman. "O mundo não precisa de menos, mas sim de mais programas de apoio à conjuntura, e a política de estabilidade alemã actualmente é o caminho errado". "Só quando a armadilha da depressão estiver afastada é que os governos devem ocupar-se dos défices", disse, sublinhando que "a deflação é um perigo muito maior do que a inflação".
O professor da Universidade de Princeton adverte inclusive para o cenário de uma guerra comercial entre EUA e Europa. "Se o euro passar a ter paridade com o dólar, os europeus vão ficar admirados com a s exigências que o Congresso dos EUA fará, e eu apoiarei", vaticinou. "Não permitiremos que alguns países exportem a sua política de austeridade e façam aumentar o desemprego nos Estados Unidos", alertou ainda Krugman.

A reacção dos alemães às contundências de Krugman não se fizeram esperar. Como pode constatar-se  aqui, a opinião de Krugman acerca da política mais conveniente neste momento depende do ponto de vista do observador. E a de Krugman é muito clara nos seus propósitos. Aos EUA não convém que o euro se desvalorize a ponto de favorecer as exportações da Europa e, em particular, da Alemanha. Já lhe basta a China e o  persistente atrelado da renminbi ao dólar. 
   
No seu blog, Krugman queixa-se (ou acusa) "They hate me".

Quem se perfila do lado alemão é Trichet: Trichet pede medidas credíveis de consolidação orçamental na Zona Euro.
Os receios de uma recaída grave das economias ocidentais pairam no ar: "Vamos ter um crash algures em 2008, afirma Tim Howkins, CEO do IG Group. Os principais problemas são a crise da dívida pública e os bancos. Bolsas europeias em queda com Grécia e Espanha a liderar as perdas  num dia em que os receios com as dívidas de alguns países da região voltam a penalizar o sentimento dos investidores.
Et pour cause, o Secretário do Estado do Tesouro português entende que o BCE pode reforçar o seu papel no apoio à banca. Supõe-se que onde o SET disse "pode" queria dizer "deve".

Provavelmente, não terá alternativa.

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