Thursday, June 10, 2010

POR FIM O FMI



Portugal já paga taxas de juro mais altas que a Grécia, lê-se do Público de hoje. 
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Teresa Ter-Minassian, que liderou a equipa do FMI que em 1983 esteve em Portugal para acordar as condições do acordo que visou ultrapassar a crise de pagamentos de então, defende, em entrevista ao Negócios, que o melhor seria o Governo recorrer já ao pacote de 750 mil milhões de euros acordado a nível europeu, o qual conta, também, com financiamento do FMI, (aqui).
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Coartado pela Constituição que jura defender na sua capacidade de intervenção política e por uma interpretação restritiva dos seus poderes, o PR tem no 10 de Junho, no fim do ano  duas ocasiões para se dirigir aos portugueses e dizer alguma coisa do que lhe vai na alma.
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Geralmente as reacções que esses discursos provocam são de concordância com o discurso na generalidade mas, não raramente, também de interpretações diametralmente opostas entre o governo e partidos da oposição. O discurso que o PR acaba de proferir em Faro não vai, certamente fugir à regra: concordância com a mensagem em geral, interpretação diferente do seu alcance.
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Para além das invocações históricas que as celebrações do dia suscitam, o PR voltou a focar o seu discurso na coesão e na unidade nacional, necessárias à superar da situação difícil que o País enfrenta. Coesão e unidade que implicam, além do mais, um contrato social que dispense temporariamente a luta partidária e a ideológica.
É possível?
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Com o FMI à porta, provavelmente, não. Com o FMI já dentro de casa, inevitavelmente, sim.

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