Presumi aqui que o discurso do PR de 10 de Junho seria consensual na generalidade e polémico na interpretação dos partidos, como é habitual. Esqueci-me, no entanto, que a campanha para as próximas presidenciais já tinham começado, ainda que até lá haja tempo de sobra para muitos outros motivos de confronto político.
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O PM considerou o discurso motivador mas discordou do PR sobre a "situação insustentável", no entender de Cavaco Silva, em que Portugal se encontra. Manuel Alegre, qual Monsieur Dupond, considerou que "insustentável" foi a palavra a mais no discurso do PR. O líder do CDS subscreve o pedido do PR de repartição justa dos sacrifícios. O BE acusou o PR de fazer um discurso "socialmente arrogante", o líder do PCP considerou o discurso como de "circunstância". A nenhum ocorreu, salvo o PSD, mas de uma forma contraída, destacar o apelo do PR, várias vezes repetido no seu discurso, à unidade, à coesão nacional, a um contrato social que permita conjugar esforços de reabilitação e credibilização do País.
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A partidocracia continua a abanar a árvore da democracia e a fragilizar-lhe as raízes sem querer reconhecer a mais elementar evidência: a situação é insustentável e é, precisamente por isso, que a discussão sobre os caminhos a percorrer para arrepiar do actual impõe uma conjugação de esforços que, pelos vistos, só acontecerá quando os esforços nos forem, de fora*, impostos.
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É revoltante recordar que uma única vez que todos os partidos com representação parlamentar conseguiram a unanimidade entre eles, e de forma veloz, em questões política aconteceu quando votaram a lei de alteração do financiamento do partidos políticos, que aumentou de forma escandalosa os limites dos orçamentos que suportam as suas campanhas eleitorais.
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* O Ministro das Finanças, em entrevista concedida ao Financial Times, aqui, recusa a sugestão de recurso ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira e ao FMI, considerando que Portugal tem margem de manobra e capacidade suficientes para se safar pelos seus próprios meios.
O seu problema, o nosso problema, é que há muito pouca gente a acreditar nisso.
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O PM considerou o discurso motivador mas discordou do PR sobre a "situação insustentável", no entender de Cavaco Silva, em que Portugal se encontra. Manuel Alegre, qual Monsieur Dupond, considerou que "insustentável" foi a palavra a mais no discurso do PR. O líder do CDS subscreve o pedido do PR de repartição justa dos sacrifícios. O BE acusou o PR de fazer um discurso "socialmente arrogante", o líder do PCP considerou o discurso como de "circunstância". A nenhum ocorreu, salvo o PSD, mas de uma forma contraída, destacar o apelo do PR, várias vezes repetido no seu discurso, à unidade, à coesão nacional, a um contrato social que permita conjugar esforços de reabilitação e credibilização do País.
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A partidocracia continua a abanar a árvore da democracia e a fragilizar-lhe as raízes sem querer reconhecer a mais elementar evidência: a situação é insustentável e é, precisamente por isso, que a discussão sobre os caminhos a percorrer para arrepiar do actual impõe uma conjugação de esforços que, pelos vistos, só acontecerá quando os esforços nos forem, de fora*, impostos.
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É revoltante recordar que uma única vez que todos os partidos com representação parlamentar conseguiram a unanimidade entre eles, e de forma veloz, em questões política aconteceu quando votaram a lei de alteração do financiamento do partidos políticos, que aumentou de forma escandalosa os limites dos orçamentos que suportam as suas campanhas eleitorais.
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* O Ministro das Finanças, em entrevista concedida ao Financial Times, aqui, recusa a sugestão de recurso ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira e ao FMI, considerando que Portugal tem margem de manobra e capacidade suficientes para se safar pelos seus próprios meios.
O seu problema, o nosso problema, é que há muito pouca gente a acreditar nisso.
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