Ouço na rádio, esta manhã, que Mário Soares escreveu no Diário de Notícias que "Sócrates cometeu um erro grave ao vir anunciar já o apoio do PS à candidatura de Alegre". Também os jornais, incluindo o próprio Diário de Notícias, realçam esta afirmação do ex-Presidente da República. No Público, por exemplo, do longo artigo de Mário Soares apenas a última parte é referida.
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E, no entanto, o artigo, que pode ser encontrado aqui, merece uma leitura inteira e uma reflexão que acaba por ser preterida por uma questão alheia ao tema principal, e reconhecidamente prematura.
É por demais evidente que o próprio autor, ao chamar para um artigo acerca da encruzilhada em que se encontra a Europa (Alertas à Europa, assim o intitula), procurou um veículo dissimulado para descarregar a animosidade que a candidatura de Alegre e opoio do PS lhe incutem, mas, deste modo, poluiu irremediavelmente o tema fulcral.
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Se é certo que esta reflexão de Mário Soares acerca da Europa não acrescenta muito aquilo que há muito conhecemos da sua posição de sempre relativamente à União Europeia e do papel que a Portugal pode invocar e desempenhar, percebe-se que a crise o induziu a contextualizar a sua perspectiva no caminho federativo que sempre defendeu para a Europa.
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Num ponto, contudo, a mensagem de Mário Soares não é para mim clara quando advoga, também ele, a constituição de um governo económico? Merkel e Sarkozy falaram dele, e depois calaram-se. Provavelmente porque pensaram num nome sem uma ideia à qual o pudessem atribuir? Em que é que um governo económico se pode distinguir de um governo político, isto é, de um governo tout court?
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"Se os Estados não querem uma união económica, então será melhor esquecer a União Monetária..."
Se quiserem uma união económica o que lhes ficará, então, a faltar para uma união política?
Tempo.
Tempo que pode ser de progressão ou de regressão. Porque a imobilização não é alternativa.
Todo o mundo é composto de mudança... Quem duvida do Poeta?
Tempo que pode ser de progressão ou de regressão. Porque a imobilização não é alternativa.
Todo o mundo é composto de mudança... Quem duvida do Poeta?
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