Wednesday, May 13, 2009

O QUE DIZ ANTÓNIO

Se não estou em erro, o actual ministro da justiça (e em que estado está, a justiça) teve um problema em Macau por coisas parecidas com pressões sobre elementos dessa área.
.
Eu, simples António, nos idos de 70, costumava gozar e admirar-me com um país que não conseguia fazer nada para se livrar da Mafia. Gozava com Itália, mal sabendo o que me esperava. A série televisiva "O Polvo" deixava-me sempre acabrunhado por ver que quando estava quase a culminar no desmascarar das situações, uma pázada de cimento caía sobre o processo. Sempre o processo, sempre o cimento, sempre a mágoa de ver isto (a que você chamava Democracia e eu contestava) a deslizar para o esgoto.
.
Há pouco chamei calhau ao trichet e a quem pensa que esta crise já passou, só porque quase não se mexe. No fundo da fossa, quando só há um pouquinho de água choca, mal se vê ou se ouve o chapinar. Mas por estar tudo mais calmo, não quer dizer que já estejamos agarrados à escada para subir.Primeiro, é preciso arranjar forças para isso. Eu, no lugar dele, teria muito mas muito cuidado, pesaria muito mas muito bem aquilo que diria. A não ser que fosse um pau mandado. E aí, quem sabe? (isto que digo do trichet, aplico ao que chamam governador do banco deste lugar a oeste da Península Ibérica).

3 comments:

Rui Fonseca said...

António,

Está dito e redito, e eu não vou conseguir acrescentar nada de novo: a democracia é o menos mau de todos os regimes políticos.

Em democracia não há mais corrupção que em regimes não democráticos. A diferença é que em democracia, de um modo ou outro, vamos sabendo alguma coisa do que se passa. E, com o tempo, as sociedades democráticas tendem
para o aperfeiçoamento das instituições e a defesa dos valores fundamentais de cidadania.

A Itália, por exemplo, apesar da máfia e de muitas outras referências abomináveis, é um grande país e os valores democráticos não estão em risco.

Mas é inquestionável que as democracias do Sul da Europa sofrem de alguns entorses que os do Norte nunca experimentaram ou sacudiram há muito tempo.

A integração europeia melhorará o conjunto e todas as partes. Mas isso não se observa de um dia para o outro.

Quanto ao Trichet, não sou advogado de defesa mas se ele diz que são observáveis alguns sintomas de invrsão de tendência que argumentos tenho eu para duvidar?

Aliás esta nota de optimismo não veio apenas do presidente do BCE.

Como sabe, as expectativas são importantes no desenrolar da conjuntura económica. Eu prefiro as optimistas. Por que razão haveria de preferir as outras?

António said...

Boa noite.
É indiscutível que a Democracia é o menos mau de todos os sistemas políticos.
A Democracia, não a democracia que se vive em Portugal.
Uma democracia cheia de desigualdades, em que o poderoso ou amigo do poderoso oprime, rouba e abusa do indefeso, do mais fraco.
Aqui é o que se passa e passou a não hipótese do fraco ou ofendido se defender através da justiça que tem sido corroída e posta ao serviço dos poderosos.
Um sistema político em que o cidadão tem mais medo dos polícias e do próprio Estado do que dos ladrões.
Dos ladrões vulgares, porque dos grandes ladrões, os de fato e camisa não há como escapar.
Esta democracia que temos não é uma Democracia.
Defendo a Democracia, não isto a que chamam democracia.

Rui Fonseca said...

António,

Não sei avaliar em que medida somos um país mais democrático que os outros.

Se falamos acerca do exercício da liberdade de expressão, por exemplo, há muita gente que pensa que somos democráticos a mais...
Porque há sempre quem abuse da liberdade.

Nos "Títulos do dia" que coloquei anteontem pode ler-se que somos de um país dos mais democráticos do mundo. Admirável, não?

Transcrevo parte. Pode ver o artigo todo clicando no título respectivo no post que referi.

" Portugal entre os países mais democráticos do mundo
11.05.2009 - 14h52 Lusa
Portugal, Brasil, Cabo Verde e mais 49 outros países receberam a nota máxima (12 pontos) da organização "E-Parliament", que fiscaliza a democracia parlamentar em todo o mundo.

Segundo a tabela, divulgada no site da organização, Timor-Leste e Guiné-Bissau surgem no grupo de 25 países que obtiveram nove pontos, Moçambique no lote dos 14 Estados que conseguiram sete pontos e Angola no agrupamento que reúne oito nações, entre elas a Rússia, com cinco pontos. A organização não tem qualquer referência a São Tomé e Príncipe.

O "E-Parliament" é considerado o primeiro índice mundial do respeito aos princípios democráticos nas eleições, tendo, na edição deste ano, avaliado 174 países e territórios.

... "

E esta, hem!