A crise dupla não atinge todos. Pelo menos, por enquanto. A desigualdade social acentua-se, e para já os grandes perdedores, e as maiores vítimas da crise, são aqueles que perderam ou vão perder o emprego.
Não admira, portanto, que havendo uma parte da população, a mais afluente, que não perdeu poder de compra, a até pode ter ganho, se assista sem grande estupefação geral à abertura de mais um shopping na área de Lisboa, que, se reclama ser o maior da Península Ibérica, e que não receia, segundo os gestores do investimento a concorrência próxima já estabelecida.
No mesmo dia chegou às bancas o Jornal "I" . Mais um: Portugal detém na União Europeia o maior número de jornais por habitante e o menor número de leitores por jornal.
Um amigo meu, a quem costumo pedir ajuda para a explicação de fenómenos intrigantes do foro económico e financeiro, costuma dizer-me que muitas destas coisas acontecem para lavar dinheiro. Exagera? Coloquei a mesma questão a um jovem assessor financeiro e ele respondeu-me que nem tudo é para lavagem, mas talvez aí uns 60%.
Não quero acreditar.
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