Jorge, o José António é o homem mais inteligente de Lisboa, disse Eduardo Prado Coelho para Jorge Silva Melo, quando o Jorge se encontrou pela primeira vez com Pinto Ribeiro. O José António sorriu comedidamente comovido e o Jorge ficou profundamente impressionado.
Tanto, que ainda hoje se recorda desse momento, a propósito do manifesto que um grupo de gente ligada à cultura vai lançar, arrasando a actual gestão do Ministro da Cultura, Pinto Ribeiro, um homem que era "genuinamente culto" antes de ser Ministro.
E porquê? Porque o Ministério não tem dinheiro. Os cofres do Estado não dão para mais e as boas relações de Pinto Ribeiro com o sector privado não engendraram mecenas, de mais a mais em tempos de crise e três eleições em que se transaccionam favores e donativos, em crescendo. A cultura, pelos vistos, contrariamente ao defendem os "agentes culturais" não dá lucros. Ou se alguns dá, há quem dê mais.
Parece provado, então, que não há inteligência nem cultura genuína que resistam no Ministério da Cultura ao conflito entre as restrições orçamentais que prometem continuar e as ambições dos agentes culturais que ameaçam não desistir.
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