Wednesday, May 06, 2009

FARINHA MAIZENA


Ainda não foi dado o tiro de partida para o combate tri-eleitoral deste ano mas o insulto já começou a ser a arma complementar dos outdoors utilizada pelos contendores. Para além dos cartazes, reclamando slogans vazios em vez de propostas mobilizadoras, os candidatos e as respectivas claques mimoseiam-se mutuamente com agressões verbais, ou corporais se as circunstâncias do lugar os excitam a tal ponto.

É no meio deste chinfrim clubístico sem outra racionalidade que não seja a partidarite vesga que o PR voltou hoje, novamente, ao tema da urgência da mobilização de todas as correntes políticas no sentido de serem feitas opções maioritariamemte consensuais acerca dos caminhos que poderão livrar o país da rota para o desastre económico e financeiro.

Travestindo de democracia a partidocracia, os líderes partidários pretendem convencer-nos que não há democracia onde há consenso ainda que esse consenso seja imprescindível para adoptar medidas sem as quais continuarão a degradar-se os níveis de vida de muitas portugueses e se cavam mais profundamente as diferenças entre favorecidos e desfavorecidos por um stato quo que nenhuma força política, mesmo que seja suportada por uma maioria absoluta, consegue desalojar.

E a prova mais evidente de que assim é, temo-la demonstrada na acção do actual Governo: apesar de dispor de uma confortável maioria absoluta na AR, apesar da inegável determinação do PM (que muitos consideram obsessão, outros arrogância), muitas das suas medidas têm morrido nas cascas, outras ficaram a meio do caminho, apenas algumas vingaram no meio de contestações e mobilizações sociais que têm desgastado o Governo e não podem senão continuar a esgotar-lhe o fôlego num segundo mandato com menor suporte político na AR.

E não haverá farinha Maizena que lhe valha, e nos valha. Mesmo que nos queiram convencer que, parafraseando um velho anúncio* de um produto que acabou por desaparecer do mercado, o Governo governa porque governa mesmo.

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* "Toddy contém .
Toddy contém porque contém mesmo! "

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