A alusão do PR à necessidade de serem garantidas condições de governabilidade do país após as próximas legislativas, seguida de mais um disse mas não disse de MFLeite, levantou uma excitação global entre políticos e analistas de todos os quadrantes do espectro, e a rejeição unânime dos líderes dos partidos representados na AR, incluindo o PSD, da repetição de um bloco central para enfrentar a crise. Comigo, nunca!, afirmava ontem a actual líder do PSD clarificando deste modo, segundo os seus mais próximos, a sua disponibilidade, manifestada dias antes, de participar na viabilização de qualquer solução de governativa.
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Ouve-se, e deduz-se que para esta gente que nos governa, ou pretende governar, o país navega em mar de rosas e não há crise interna nem global que justifique as preocupações temporãs do PR. Terão alguma ideia da dimensão da dívida externa e do ritmo insustentável da sua progressão; estarão conscientes da perda de competitividade da economia portuguesa e do seu reflexo no crescimento imparável do desemprego e das tensões sociais que ele provocará; saberão eles que, na ausência de instrumentos de ajustamento anestesiado pela inflação, as medidas que se impõem serão inevitavelmente impopulares mas a sua não adopção implicará a emergência de consequências dramáticas para o futuro do país?
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Ou, muito simplesmente, querem apenas garantir o máximo de vantagens próprias enquanto o entretenimento partidário dura, e não chega o FMI?
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