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Cá me tens à perna, outra vez. Como não tens tempo para ir até ao meu refúgio contrariar-me venho eu até aqui atormentar-te.
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Hoje, não para dizer que discordo de ti, aliás está bem observado, sim senhor, o que tenho é que acrescentar alguma coisa.
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Tu desculpa-me, mas esta invocação da arrogância e autoritarismo, que agora a cada passo se ouve, cheira-me a impotência. Já quando o actual PR era PM, e pela primeira vez alguém punha um pouco de ordem no nosso atávico modo rasca do desenrasca, começou uma chiadeira dos demónios por todo o lado clamando contra a arrogância do homem. É assim: Um país que, colectivamente, se acobardou perante um ditador de polainitos, de repente comprou todas as mais amplas liberdades dos amanhãs que cantam e pensa que nos governamos bem se todos mandarem ao mesmo tempo.
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E todos a mamarem do Estado sem se cuidar como alimentar o animal. Tem vindo ração do exterior em quantidades consideráveis, mas o exterior já olhou para a conta e concluiu que já devemos mais ração do que produzimos de bife. O que, provavelmente, poderá conduzir a dificuldades crescentes na compra de ração no futuro.
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Ora é isto que, dos sargentos aos ex-sargentos, dos generais aos ex-genarais, dos reitores aos ex-reitores, sem querer alongar a lista de activos e reformados, não parece ainda ser conhecido: o celeiro está cada vez mais vazio, ainda que, como no tempo de Deuladeu Martins, recentemente tenham atirado pelas ameias tanta guita que até parece ter nascido uma fonte lá dentro. Não nasceu, como bem sabes.
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Tudo isto para dizer que seria bom que alguém dissesse à tropa que a guerra colonial já lá vai há 34 anos, e que de tropa deveríamos reduzir o contingente para metade e ainda sobrava tropa. Nessas condições, as rações poderiam ser melhoradas.
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Quanto aos reitores, a coisa fia mais fino. Mas não parece haver alternativa senão retirar a ideia que o ensino universitário tem de ser tendencialmente gratuito. Enquanto as universidades estiverem encostadas do modo que estão ao orçamento do estado, é para mim muito óbvio que cada vez estarão mais derrubadas. O ensino universitário público deveria ser pago pelo preço de custo, salvo os casos de demonstrada capacidade intelectual em manifesta incapacidade financeira.
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É isto, meu caro, que queria dizer-te a propósito deste teu post.Quanto ao papão, já lá vai o tempo em que as crianças acreditavam no homem do saco. Estamos na União Europeia, PC! Ainda que os ousados ex-generais e os tímidos generais não pareçam ter percebido ainda isso.Os reitores e os ex-reitores perceberam, certamente, mas continuam a não perceber que a universidade há muito deveria ter deixado de ser um marco obsoleto do corporativismo salazarista.
2 comments:
Caro Rui:
Claro que vou regularmente ler-te ao teu belo Blog.
Dá-me gosto ver o que escreves. E concordo muita vez contigo!...
Um abraço amigo
PC
Olá António,
Muito prazer em ver-te por cá.
Mas gosto mais que me contrariem que me apoiem.
Para ir aprendendo alguma coisa.
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