A táctica da ratoeira é elementar: um engodo e uma armadilha. O engodo convida, a vítima aceita-o e, ao mordê-lo, dispara a armadilha que o sequestra.
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Hoje, estava a almoçar, recebo uma telefonema do Santander. A "callgirlcenter" começa por me perguntar se é oportuna a chamada, se não estava a incomodar, pergunto-lhe de que se trata, quando vejo bancos ou finanças pela frente não deixo para mais tarde o que posso saber agora. Fiquei a saber que o Santander me propunha o pagamento de apenas 5% do saldo do cartão de crédito no próximo vencimento e não, conforme as instruções que têm, o pagamento da totalidade do débito vencido. Agradeci e recusei.
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Mas tenho de admitir que muita gente aceita o engodo, caso contrário o Santander não perderia tempo com a preparação da armadilha. Numa altura em que as notícias acerca do sobreendividamento das famílias são ilustradas com casos dramáticos, esta e outras actividades promocionais deveriam merecer a atenção do Banco de Portugal. Se o supervisor não pode impedir as actividades publicitárias e promocionais dos bancos, nada o impede de promover ele próprio o conhecimento do perigo que representam os engodos que os bancos colocam em cada esquina aos incautos.
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Mas não se tem dado por ele. O governador, de vez em quando, discretamente, lamenta e previne, e não chega a quem deve.
1 comment:
Nos dois ou três últimos meses, recebi propostas para dois cartôes de crédito e 3 ofertas de empréstimo do meu banco (Uma primeira de 5000, depois uma de 10000 e ainda uma de 15000.
Quando me enviarem um cheque de uns milhões talvez aceite e, a seguir, mudo de país).
O mais grave é que quem vai cair mais facilmente na ratoeira são os que já estão em situações complicadas.
Daqui a uns tempos é aqui del-rei que o crédito mal parado nos caiu em cima!
Os bancos já andam a fazer leilões de casas e parece que a venda, mesmo assim, não tem sido fácil.
O que é que vai na cabeça desta gente?
Será para evitar "barulho"?
Se é, então acho que é só um adiamento.
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