Sunday, April 13, 2025

CÃO QUE NÃO LADRA, MAS MORDE

Cão que ladra não morde, garante a filosofia popular. Uma regra que tem as suas excepções.
 
Tal como Trump. 
Trump diz e desdiz com a mais natural desfaçatez deste mundo com que ele se entretem a brincar. 

Ontem soube-se que Trump decidiu poupar - cf.WP smartphones, computadores e outros aparelhos eletrónicos daquilo a que chama tarifas "recíprocas", uma medida que, segundo os especialistas no sábado, garantirá às empresas tecnológicas norte-americanas, como a Apple, um alívio dos elevados aumentos impostos à China. A diretiva, emitida pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, identifica quase duas dezenas de isenções, incluindo chips, pen drives e monitores de TV.  Donald Trump determinou ainda que houvesse reembolsos de quaisquer taxas cobradas sobre os produtos isentos desde 5 de abril. O anúncio surge depois de Pequim ter aumentado as tarifas sobre produtos dos EUA para 125% em resposta à crescente guerra comercial de Trump, com o Conselho de Estado da China a avisar na sexta-feira que "lutará até ao fim". As isenções surgem também dias depois de o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, ter dito aos senadores que "o presidente foi claro comigo e com outros que não pretende ter exclusões e isenções".

Amanhã, possivelmente, terá de isentar as taxas sobre os cereais, pressionado pelos seus apoiantes republicanos do Midwest. Ou, em alternativa, coonceder-lhe subsídios que os mantenham suficientemente felizes com o patrâo residente na Casa Branca.
Outros aparecerão, porque, por exemplo, se as cuecas deixarem de continuar a aparecer nos States a preços da uva mijona, não serão os americanos a querer cose-las em casa. 

Também ontem foi notícia - cf. BBC - que representantes dos Estados Unidos e do Irão tiveram ontem um primeiro encontro de conversações sobre o armamento nuclear.

Estas serão as primeiras conversações desde 2018, quando Trump, então no seu primeiro mandato retirou os Estados Unidos da América do acordo nuclear obtido entre as potências nucleares.
Trump afirmou então, que iria conseguir mais tarde um melhor acordo. 
A "better deal", um melhor negócio. Para Trump não acordos há negócios.
 
Presume-se que com esta ronda de negócios, Trump queira conseguir o, aparentemente, incompatível:
Terminar a guerra entre Árabes e Israelitas, com o beneplácito do Irão e a satisfação de Putin unidos numa aliança que obrigue a Ucrânia, e a Europa Livre, a submeter-se ao dictat da amizade Putin-Trump.

Putin, o cão que morde mas não ladra.

Morde, e de que maneira!
A destruição e a carnificina na Ucrânia, para glorificação de Putin, ocorrem mais veloz e destruidoramente que as trampalhadas de Trump.
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