Thursday, September 15, 2016

CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DE TANTO RALHAR


O professor insistia que, na história da humanidade, o mais importante não era o conhecimento dos acontecimentos que alteraram o seu curso mas as causas que lhe estiveram na origem e as consequências que deles resultaram. E que não confundissem os mais desprevenidos uma coisa com a outra porque se não há causas sem consequências não há consequências inconsequentes.

Ao recordar-me o aviso do professor de História, continuo a ver consequências onde, aqui, o Prof. Nuno Garoupa detecta causas.

Se o seu último parágrafo resume a sua tese nesta parte - "quanto mais o eleitorado virou à esquerda, mais a direita se empenhou na diabolização do adversário e no uso de linguagem radical em detrimento de um programa consistente e estudado."- foi o discurso que fracturou diabolicamente as hostes em confronto ou essa diabolização decorre do ambiente cerrado criado pela crise, que a receita da troica não ajudou a digerir?

O crescimento do BE é resultado da agressividade do seu discurso ou da crise espoletada há oito anos com toda a ganga de casos espúrios expelidos pelo vulcão, nomeadamente no sistema financeiro?
Se não tivesse ocorrido a crise (que já estava latente muito antes de 2008) teria o BE crescido como cresceu?
Se o anterior governo PS não tivesse as culpas que lhe são assacadas teria cedido tanto perante o BE?
Não teria.

O que justifica o crescimento do discurso do BE foi a perda de confiança no PS e a culpabilidade assumida pelo PSD na administração da receita da troica, com dispensa do negociador e subscritor do protocolo, o PS.

Depois o crescimento exponencial dos media amplificou, e continua amplificar, como nunca no passado os mimos atirados de cada um dos lados.
O sucesso do marketing político não passa, lamentavelmente não passa, pela discussão racional de propostas alternativas.
Basta olhar para os cartazes com que os partidos conspurcam sistematicamente o ambiente público.

Em casa onde não há pão ...

No comments: