Saturday, November 21, 2015

UMA MAIORIA SUPLENTE

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- Mas não é estranho que o PCP, que afirma ter o PS condições para governar, não assuma o compromisso de aprovar o primeiro orçamento que vier a ser proposto para 2016?
- Não, não é. Basta o compromisso de viabilizar as condições de governo ...
- Essa é boa! Mas como pode o PCP viabilizar o governo PS se não aprovar o orçamento?
- Se o PAN votar a favor ... basta ao PCP abster-se.
- Quer isso dizer que o PAN vota conforme as indicações que o PCP lhes der?
-  Não, mas se o PAN se abstiver ou votar contra, vota o PEV a favor, e o PCP pode abster-se. Não te esqueças que o PEV assinou um acordo em separado. Há três acordos, e com o PEV é um deles.
- O PCP joga com duas equipas...
- Não, de  modo algum. O PEV é um partido independente do PCP.
- Mas isso é maquiavélico! O PEV é o moço de fretes do PCP...
- É a vida ... Eu não gostaria que isso sucedesse, mas pode suceder. E quanto à recusa do PCP de dar por garantida a aprovação do primeiro orçamento tens de ter em atenção que, quando Jerónimo fala, noventa e cinco por cento do que diz dirige-se aos militantes do partido e só cinco por cento  aos outros.
- Aos infiéis ...
- Seja como dizes.
- Trata-se, portanto, de uma maioria de apoio parlamentar ao governo PS com uma parte na bancada de suplentes para o que der e vier em alguns jogos ... uma maioria suplente ...
- Chama-lhe o que quiseres, mas é mais ou menos isso.
- Não é jogo limpo...
- Não é inconstitucional.
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