Sunday, November 29, 2015

O ELO MAIS FRACO

Costuma ser o ministro da Educação.
Desta vez, o titular da pasta  já encontra o terreno semi-terraplanado com os compromissos assumidos pelo PS com o BE e o PCP e as votações na AR no dia em que ele tomava posse. Basta-lhe que não se mexa enquanto o sr. Mário Nogueira não precisar de fazer prova de vida. 

O elo mais fraco deste governo é o ministro das Finanças.
Não porque lhe falte ciência e competência mas porque o lugar vai ser abanado por todos os lados.
Desde logo, pelo lado de dentro.
Ocupando o quarto lugar na hierarquia do governo, sem filiação partidária, só pode agarrar-se ao primeiro-ministro quando os restantes dezasseis membros do executivo reclamarem que os seus orçamentos sejam revistos e melhorados. O primeiro-ministro, hábil negociador, fará como Salomão: meia dose de razão para cada lado. E assim escorregarão os fundamentos dos pilares macroeconómicos do prof. Centeno. 

Depois, do lado de fora, mas ainda cá dentro, nas reuniões com os parceiros da maioria parlamentar. Se a maioria implodir,  perdem todos mas o PS perde mais. Quando a maioria se esboroar, e isso acontecerá, não se sabe é quando, o PCP já terá convencido as bases, fiéis, da bondade das suas razões e argumentos. E, do lado do BE, o ajustamento saltará fácil e sorridente qualquer objecção que lhe apontem. Já do lado do PS, o tecido fia mais fino e pela ruptura pode enfiar-se o primeiro-ministro. O mesmo é dizer que entre os modelos e as contas do prof. Centeno e os cadernos de encargos do BE e, sobretudo, do PCP, o primeiro-ministro perceberá melhor estes últimos. 

Mas é em Bruxelas que o prof. Centeno vai ver-se do avesso. A Bruxelas terá de levar as contas feitas
pelos parceiros da maioria, de Bruxelas trará as contas feitas pelos incumbidos delas.
E, das duas uma, ou se demite (o ministro Gaspar demitiu-se por muito menos razões) ou é mesmo um génio capaz de conciliar o inconciliável.


"Governo vai continuar trajectória de consolidação do défice orçamental" aqui


"O secretário-geral da CGTP garante que não vai deixar de lutar por haver um Governo de Esquerda ... é fundamental a participação cívica dos trabalhadores e dos cidadãos na rua para exprimirem a sua vontade de mudança e, simultaneamente, para influenciarem essa mudança", explicou Arménio Carlos, como justificação de, mesmo após ser empossado o Governo de Costa, a entidade ainda manter a manifestação agendada  - aqui
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Correl. - (30/11) Programa do PS viola recomendações europeias

2 comments:

Pável Rodrigues said...

..."Ocupando o quarto lugar na hierarquia do governo, sem filiação partidária..."
E para que serve a "hierarquia ou a filiação partidária" neste governo? São todos criaturas de Costa, ou melhor dizendo, todos viúvas da sua LOJA.

ze manel said...


"...mas é em Bruxelas que o prof. Centeno vai ver-se do avesso. A Bruxelas terá de levar as contas feitas pelos parceiros da maioria, de Bruxelas trará as contas feitas pelos incumbidos delas..."
É isso mesmo Rui. Aqui é que a "porca torce o rabo", porque os parceiros da coligação não vão aceitar.Nunca. Não podem. Sim, o Centeno é sem dúvida o elo mais fraco, mas meio mundo vai virar-se contra o Costa, sua demagogia e suas estranhas alianças.

Muito bem
Abç
Zmanel