Friday, December 09, 2011

A EUROPA SUSPENSA

Leio no Público online que os líderes dos países da União Europeia (UE) falharam, esta madrugada, um acordo para a revisão do Tratado de Lisboa, destinada a incluir um novo “pacto orçamental”, obrigando os 17 membros do euro a avançar para o mesmo objectivo com um acordo intergovernamental.

Cameron já havia avisado que não contassem com ele para subscrever uma revisão ao Tratado de Lisboa que alterasse as regras europeias de regulação dos serviços financeiros.

Sarkozy já se tinha publicamente confrontado com Cameron. Muito significativo da distância que separa o governo britânico dos restantes membros da União Europeia foi resumido por Sarkozy:  “Para aceitar uma reforma dos tratados a 27, Cameron pediu – o que nós todos considerámos inaceitável –, um protocolo no Tratado para exonerar o Reino Unido de um certo numero de regras sobre os serviços financeiros” ( ). “Não pudemos aceitar porque consideramos, pelo contrário, que uma parte dos problemas do mundo vem da desregulação dos serviços financeiros”.

Merkel já tinha antecipado a possibilidade de um pacto orçamental envolvendo apenas os países da Zona Euro. A Cimeira, até agora e salvo novidades de última hora, não trouxe nada de novo mas confirmou o que já era conhecido de forma avulsa: O novo “pacto orçamental” obrigará os subscritores a assumir nas respectivas constituições o objectivo do equilíbrio orçamental – medido por um défice estrutural limitado a 0,5% do PIB – e de uma dívida inferior a 60% do PIB, verificado pelo Tribunal de Justiça da UE. Os países que se desviem destes objectivos serão sujeitos a sanções decididas de forma mais expedita. Cameron, a este propósito, fez saber que não aceitará que os institutos europeus, e nomeadamente o Tribunal de Justiça da UE, sejam utilizados para fins não estipulados no Tratado de Lisboa. 
 
Primeiro prognóstico: O Reino Unido iniciou a sua saída da União Europeia.
Segundo: Quanto aos outros, como a política de sansões defendida por Merkel não funcionará se o BCE continuar impedido de acalmar os mercados através da possibilidade de intervir como qualquer banco central, a sua permanência ou a sua saída do euro continuam em suspenso como até agora.
Terceiro: Se continuar a escalada das taxas de juro, haverá, certamente, nova cimeira antes de Março.  

3 comments:

ATENTO said...

Muita ingenuidade.
Já se interrogou sobre a quem aproveita um euro fraco?
E quem controla o " porta aviões " situado ao norte da Normandia?
Das respostas compreenderá a posição do Sr. Cameron, tudo o resto são cantigas.

rui fonseca said...

Obrigado, Caro Atento.

E quais são as respostas?

Anonymous said...

Os resultados desta cimeira reforçam a ideia que se tem vindo a formular sobre as causas da divida. Se uma das causas e por demais evidente como e a especulaçao dos mercados e o sistema financeiro sem controlo, outra e os politicos dos diferentes estados que demonstram uma enorme incapacidade em colocar o problema nas pessoas que sao afectadas por esta crise, e diga-se em abono ad verdade a primeira e unica raz~~ao das suas existencias,para cada vez mais evidenciarem o proposito que os norteiam ou seja servirem o gra nde capital.