Thursday, June 21, 2007

O JOGO EUROPEU

Segundo o Eurobarómetro ontem divulgado pela Comissão Europeia, em Bruxelas, o apoio dos europeus à União Europeia está a crescer, tendo atingido os melhores níveis dos último anos, lê-se no Público de hoje. Dos inquiridos, 57% pensam que a pertença à UE é uma coisa boa (53% no Outono de 2006 e o nível mais elevado desde 1994) e 59% consideram que o seu país beneficia em ser membro da União. As percentagens variam muito de país para país, mas a tendência geral, mesmo no Reino Unido, é para um aumento. Os espanhóis, dinamarqueses e irlandeses estão entre os mais optimistas. Portugal está, em matéria de apoio, nos 55%, um aumento de 5 pontos desde Outono passado, subindo os 66% na pergunta sobre os benefícios. Contrariando aparentemente as interpretações dos seus líderes, os europeus declaram-se maioritariamente favoráveis à ideis de uma Constituição (66%), incluindo na França e na Holanda. E até o apoio ao alargamento começou a crescer.
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A crítica mais contundente que é feita ao processo de construção europeu refere-se à falta de democraticidade na realização dessa construção: os povos não têm sido chamados a pronunciar-se em referendo, os acordos governamentais têm-se sistematicamente situado bem à frente do pulsar das convicções europeístas dos povos dos estados membros;
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É notável, portanto, que na véspera da realização de uma cimeira que poderá fazer avançar decididamente a construção da Europa ou embargá-la, os europeus, se o estudo é fiável, pareçam estar a apressar o passo e a ultrapassar os governantes nas intenções de avançar com a obra.
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Este não vai ser, portanto, mais um longo fim-de-semana em que se joga o futuro da Europa mas, inquestionavelmente, aquele em que se vai travar o jogo decisivo. Aquele de onde sairão (ou não) as regras que regularão as intervenções dos 27 em campo. Sem elas, o jogo corre sérios riscos de perder os adeptos.

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