A comunicação do senhor Carlos Costa sobre a engenharia jurídico-financeira que manterá o BES de pé a partir de amanhã está marcada para as 22h 30 de hoje - vd. aqui. Como sempre, atrasado, porque o senhor Marques Mendes, que costuma ter melhor ouvido, já se antecipou e deu ontem a conhecer aos senhores telespectadores as linhas gerais do projecto que se suporta na criação de um (mais um) bad bank* para onde serão remetidos os "activos tóxicos" do BES, conjuntamente com todos os actuais accionistas. Depois, limpinho, sem ossos, o BES será vendido a quem der mais daqui a uns seis meses. Contada por Marques Mendes, esta será uma história com um final feliz.
Mas como, mesmo desintoxicado de activos e accionistas, precisa o BES de ser recapitalizado, o que significa necessitar de qualquer coisa como quatro mil milhões de euros frescos, entrará em funcionamento um veículo recentemente inventado (o que eles inventam!) chamado Fundo de Resolução que será accionista único, e que, como o nome indica, irá, como previsto, receber um empréstimo tipo troica para resolver o berbicacho que faz quase o pleno da bandalheira banqueira portuguesa.
Quem paga o empréstimo?
O senhor Marques Mendes afirmou que, desta vez, não serão os contribuintes portugueses porque "o Fundo de Resolução não é do Estado mas (é) abastecido financeiramente pelos bancos todos do país".
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Deve ter ouvido mal. Se o Fundo de Resolução é abastecido financeiramente pelos bancos todos do país para que servirá o empréstimo troica, imperativamente intermediado pelo Estado? Como as contribuições dos bancos para o Fundo de Resolução serão agora da ordem dos 380 milhões** e a recapitalização necessária da ordem dos quatro mil e novecentos milhões de euros**, quem pagará a diferença? Por este andar ainda nos voltarão a contar que os empréstimos da troica para recapitalização dos bancos têm sido rentáveis para o orçamento do Estado. Recapitalizações de bancos com empréstimos da troica ergo quanto mais melhor!
Quem paga o empréstimo?
O senhor Marques Mendes afirmou que, desta vez, não serão os contribuintes portugueses porque "o Fundo de Resolução não é do Estado mas (é) abastecido financeiramente pelos bancos todos do país".
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Deve ter ouvido mal. Se o Fundo de Resolução é abastecido financeiramente pelos bancos todos do país para que servirá o empréstimo troica, imperativamente intermediado pelo Estado? Como as contribuições dos bancos para o Fundo de Resolução serão agora da ordem dos 380 milhões** e a recapitalização necessária da ordem dos quatro mil e novecentos milhões de euros**, quem pagará a diferença? Por este andar ainda nos voltarão a contar que os empréstimos da troica para recapitalização dos bancos têm sido rentáveis para o orçamento do Estado. Recapitalizações de bancos com empréstimos da troica ergo quanto mais melhor!
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*Porque é que estas criaturas não têm nome em português não sei, mas suspeito que mau banco ou banco mau seriam designações imprecisas considerando que não se sabe hoje o que é um bom banco ou um banco bom.
** Valores corrigidos (4/8)
Act.- Não são claras as indicações acerca dos valores efectivamente disponóveis no FR. Pelo que se lê aqui, o "Fundo de Resolução bancária" tem 367 milhões de euros.
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(4/8) - Três perguntas que parece ninguém querer fazer sobre o "novo banco"
** Valores corrigidos (4/8)
Act.- Não são claras as indicações acerca dos valores efectivamente disponóveis no FR. Pelo que se lê aqui, o "Fundo de Resolução bancária" tem 367 milhões de euros.
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(4/8) - Três perguntas que parece ninguém querer fazer sobre o "novo banco"
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