"Como Gold Sachs e Nomura, de Londres, sacaram milhões aos contribuintes" portugueses em contratos de swap subscritos pela administração dos Transportes Colectivos do Porto. A explicação vem hoje publicada em The INDEPENDENT e constitui mais uma das peças com divulgação internacional das manobras com que, pela mão dos banqueiros, Portugal foi atirado para uma situação de insolvência financeira.
Há uns tempos atrás anotei neste bloco de notas que nunca às adminitrações de empresas públicas deveria ser consentido negociarem contratos de financiamento bancários se dependem de subsídios ou reforços de capital do Estado. Aos gestores das empresas públicas deve exigir-se que dirijam as actividades operacionais das empresas optimizando os serviços públicos prestados e reduzindo os custos operacionais. O financiamento bancário das empresas públicas assumiu durante muitos anos a forma encapotada de endividamento público. Os sucessivos governos não só não impediram os gestores das empresas públicas de assumirem riscos financeiros que, manifestamente, não sabiam medir, como incentivaram essa via de desorçamentação. Hoje, a situação, é algo diferente mas não significativamente diferente. Subsistem as condições para se repetirem (ou estarem a repetir) mais estampanços financeiros com contas que os governos carregam depois às costas dos contribuintes.
.
.
Afirma o articulista de The INDEPENDENT: Uma empresa pública portuguesa de transportes públicos negociou um contrato de swap de taxa de juro que acabou por custar uma fortuna.
E pergunta (uma pergunta extremamente pertinente): Terão os negociadores portugueses percebido as páginas e páginas de álgebra do contrato?
.
.
O artigo vale bem uma leitura inteira. Começa, mais ou menos, assim:
"Se você não sabe quem está a ser otário numa mesa de poker o melhor que tem a fazer é retirar-se: o otário é você. Este truísmo, ensinado a qualquer novo gestor de contas de um banco de investimentos, é geralmente ignorado pelos representantes do Estado destacados para negociar com os banqueiros. Mas se suspeita que os contribuintes britânicos são espoliados nestes negócios do Estado com a banca deveria ver o que aconteceu na Itália, em França, em Portugal não apenas durante o período de gestação da crise mas também depois."*
---
No comments:
Post a Comment