Andei hoje pela Baixa de Lisboa e regalei-me com a animação que vi, apesar da temperatura elevada convidar muita gente para as praias. Considerei sempre uma aberração que as pessoas que habitam ou visitam Lisboa se encafuem nos espaços fechados dos centros comerciais. Com um céu tão azul e um clima ameno, o sucesso dos centros comerciais sustenta-se num provincianismo lusitano atávico. São os turistas estrangeiros, que, obviamente, não vêm a Lisboa para se enfiarem em shopping centers, os grandes reanimadores de uma cidade que durante os fins-de-semana parecia desertificar-se. E, se estrangeiro vai porque é que também não hei-de eu ir, observa-se agora uma deserção lógica da clausura do centro comercial para o ar livre das ruas da cidade.
Um dia, já lá vão muitos anos, prognostiquei que "com o clima que temos o shopping das amoreiras não vai durar mais que dez anos". Enganei-me compridamente. Espero, agora, ter começado a acertar.
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De cima para baixo: No Terreiro do Paço,
vendedores de "ginjinha" (com ou sem elas), aluguer de yellow-cars e cerejas do Fundão.
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