Tuesday, July 22, 2014

DESLUSTRES DO BCP

O BCP tem uma enorme dívida aos contribuintes portugueses. Como a generalidade da banca portuguesa, tem vastas culpas no cartório da irresponsabilidade com que o sistema se endividou e endividou o Estado e as famílias, provocando uma carga financeira insuportável sobre a economia. Depois, o resgate imposto sob a forma de recapitalização foi imposto pela troica com a intermediação do Estado para comprometer os contribuintes portugueses na manobra. Ouve-se, a este propósito, que o Estado está a ganhar bastante com a intervenção, mas as contas não estão bem feitas porque aos juros pagos pelos bancos recapitalizados via troica há que deduzir a rentabilidade conseguida pelas aplicações dos capitais das recapitalizações, incluindo os empréstimos ao Estado, e considerar os riscos de incumprimento dos recapitalizados, que não são nada negligenciáveis.

Pois o BCP, constatámo-lo hoje quando visitámos mais uma vez o Palácio de Monserrate com os netos, detem (supõe-se que ainda detem), um lustre que há muitos anos atrás pendia do tecto da "Sala da Música", agora recuperada. "Adquirido no leilão do espólio do Palácio em 1946, encontrava-se até há pouco tempo no Paço da Palmeira, em Braga, propriedade do BCP, mas não foi possível chegar a acordo com o banco para o seu retorno a Monserrate", lê-se num quadro explicativo exposto na "Sala da Música".

E não há quem com força bastante capaz de os convencer?

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