Repetidamente, solta-se a notícia do estilo: Os portugueses lideram as compras de automóveis na Europa*. Alguns dirão ainda bem, é sinal que a economia está a recuperar. Mas, lamentavelmente, não são essas as indicações das estatísticas oficiais. A associação de importadores de automóveis dirá que a maior parte dessas compras são feitas por operadores de rent-a-car, ou que, tendo havido uma quebra tão elevada das vendas no primeiro ano da crise, o crescimento agora observado reporta-se sobre uma base muito deprimida. Talvez tudo isso seja em parte verdade mas não justificam o crescimento espectacular nas vendas dos carros de gama alta.
O que, realmente, acontece é a confirmação do que há muito se sabe: há muita gente que não foi atingida pela crise, há muita gente até que beneficiou com ela. É o resultado da iniquidade da política deste governo que faz pagar a crise aqueles que nenhuma culpa tiveram na sua génese e desenvolvimentos posteriores.
Mas como não há nada que explique tudo, é bem possível que parte deste crescimento de vendas de automóveis, e do consumo em geral, que já determinou a inversão do saldo da balança comercial, seja determinado pelo crescimento do crédito individual e pela redução das poupanças das famílias, sem que queiram, ao que parece, os responsáveis ter mão nisso.
Mas como não há nada que explique tudo, é bem possível que parte deste crescimento de vendas de automóveis, e do consumo em geral, que já determinou a inversão do saldo da balança comercial, seja determinado pelo crescimento do crédito individual e pela redução das poupanças das famílias, sem que queiram, ao que parece, os responsáveis ter mão nisso.
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*Portugal tem a maior taxa da Europa no registo de
carros novos no primeiro semestre do ano: 37,7%. Com o registo de 75.780
veículos ligeiros de passageiros, Portugal supera em mais de cinco
vezes a taxa média da União Europeia, que ficou nos 6,5% no período em
análise, de acordo com os dados hoje divulgados pela Associação Europeia
de Fabricantes Automóveis (ACEA). Na análise da evolução mensal de um dos sectores que
mais sofreu o impacto da crise económica, a associação refere que a
subida de registos na Europa foi de 4,5% continuando a tendência de alta
no comércio automóvel iniciada há 10 meses. Em junho, a Alemanha foi o único país, entre os
grandes mercados europeus, a ver cair (1,9%), mas, no semestre, o
registo de carros alemães também cresceu 2,4%.cf . aqui
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