Depois de ter sido recapitalizada com 1,650 milhões de euros, dos quais 750 milhões como aumento de capital e 900 milhões como instrumentos financeiros híbridos elegíveis como fundos próprios Core Tier 1 (vd aqui) a administração da Caixa Geral de Depósitos revelou hoje que, durante os primeiros nove meses do ano, o banco do Estado perdeu 130 milhões de euros (vd aqui), justificando os caixeiros (administradores da Caixa) os prejuízos com a contabilização de provisões e imparidades superiores a mil milhões de euros!
Ontem, os caixeiros estiveram reunidos com o ministro das Finanças (vd aqui) com quem terão abordado, para além do desempenho da Caixa, a criação de um banco de financiamento (ou bicho parecido) com o objectivo de gerir a aplicação de fundos destinados a aplicar na economia real. Uma incumbência que, se for atribuida à Caixa, especializada no financiamento da economia irreal, será certamente um fiasco. A Caixa não tem tradição, vocação, experiência, para assumir essa missão.
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Nunca, a Caixa, que ao longo de muitos anos em que recebeu poupanças de milhões portugueses, que confiavam no banco do Estado, fiados na solidez do Estado, que deixou de existir, justificou a sua existência pelo apoio à economia reprodutiva. A Caixa especializou-se no crédito à habitação e obras públicas e não sabe fazer outra coisa. Recentemente, a administração da Caixa, a que pertenciam alguns membros co actual executivo, incluindo o presidente, dedicou-se ainda ao fomento de guerrilhas no BCP, financiando uns accionistas contra outros, sem sequer garantir suficentemente o reembolso dos empréstimos feitos. Do seu curriculo consta ainda, entre outros acidentes graves, a gestão intercalar entre a nacionalização e a privatização do mostrengo que dava pelo nome de BPN, onde aumentou escandalosamente o montante do maior escândalo financeiro de todos os tempos.
O Governo, se pretende realmente criar um banco de financiamento, não deve contar com a Caixa nem com os seus vícios. Deve fundar um instituto de raíz, e dotá-lo de competência e eficiência que um mastodonte velho nunca poderá garantir. E deve vender a Caixa. Toda.
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Correl.- Rui Vilar diz que governo deve transformar a CGD no banco de fomento nacional
Seria um erro enorme, do meu ponto de vista. A Caixa não é transformável em mais nada senão naquilo que sempre foi. Para um banco de fomento (basta pensar no que já existiu e o BPI extinguiu) a estrutura orgânica da Caixa é completamente desajustada. Aliás, a Caixa criou a Caixa Investimento e não a Caixa Fomento porque não sabe o que é isto. Nunca soube.
José de Matos, CEO da Caixa, diz que o banco do Estado não precisa de pedir mais dinheiro ao accionista nos próximos cinco anos.
Que grande objectivo!
Pensará reembolsar o empréstimo de 950 milhões? Pensará distribuir dividendos? Quem fala assim, implicitamente, não pensa nada disto.
Ontem, os caixeiros estiveram reunidos com o ministro das Finanças (vd aqui) com quem terão abordado, para além do desempenho da Caixa, a criação de um banco de financiamento (ou bicho parecido) com o objectivo de gerir a aplicação de fundos destinados a aplicar na economia real. Uma incumbência que, se for atribuida à Caixa, especializada no financiamento da economia irreal, será certamente um fiasco. A Caixa não tem tradição, vocação, experiência, para assumir essa missão.
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Nunca, a Caixa, que ao longo de muitos anos em que recebeu poupanças de milhões portugueses, que confiavam no banco do Estado, fiados na solidez do Estado, que deixou de existir, justificou a sua existência pelo apoio à economia reprodutiva. A Caixa especializou-se no crédito à habitação e obras públicas e não sabe fazer outra coisa. Recentemente, a administração da Caixa, a que pertenciam alguns membros co actual executivo, incluindo o presidente, dedicou-se ainda ao fomento de guerrilhas no BCP, financiando uns accionistas contra outros, sem sequer garantir suficentemente o reembolso dos empréstimos feitos. Do seu curriculo consta ainda, entre outros acidentes graves, a gestão intercalar entre a nacionalização e a privatização do mostrengo que dava pelo nome de BPN, onde aumentou escandalosamente o montante do maior escândalo financeiro de todos os tempos.
O Governo, se pretende realmente criar um banco de financiamento, não deve contar com a Caixa nem com os seus vícios. Deve fundar um instituto de raíz, e dotá-lo de competência e eficiência que um mastodonte velho nunca poderá garantir. E deve vender a Caixa. Toda.
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Correl.- Rui Vilar diz que governo deve transformar a CGD no banco de fomento nacional
Seria um erro enorme, do meu ponto de vista. A Caixa não é transformável em mais nada senão naquilo que sempre foi. Para um banco de fomento (basta pensar no que já existiu e o BPI extinguiu) a estrutura orgânica da Caixa é completamente desajustada. Aliás, a Caixa criou a Caixa Investimento e não a Caixa Fomento porque não sabe o que é isto. Nunca soube.
José de Matos, CEO da Caixa, diz que o banco do Estado não precisa de pedir mais dinheiro ao accionista nos próximos cinco anos.
Que grande objectivo!
Pensará reembolsar o empréstimo de 950 milhões? Pensará distribuir dividendos? Quem fala assim, implicitamente, não pensa nada disto.
2 comments:
Apenas uma perguntinha de algibeira :
Quantas centenas de milhões ,(ou milhares de milhões), de Euros deverá ser o capital do recém nascido Banco para que o auspicioso parto tenha algum impacto na economia real ?
"Quantas centenas de milhões ,(ou milhares de milhões),..."
A venda da Caixa permitiria um bom começo.
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