O Washington Post de hoje publica um artigo (que anotei aqui ) com um título marcante: A outra superpotência.
Depois de se ter tornado no maior credor do Ocidente, a China prepara-se para ultrapassá-lo no domínio da investigação científica e da inovação tecnológica. A evolução observada nos últimos cinco anos, de que o WP dá uma imagem impressiva, já espanta os norte-americanos.
Confrontados com duas guerras de que ainda não vislumbram o fim, com uma crise financeira ainda não resolvida, a continuar a recuar em muitas frentes do seu sector realmente produtivo, os EUA constatam agora que os chineses vieram buscar às suas melhores universidades os conhecimentos que lhes permitiram arrancar para uma liderança à vista. Por outro lado, a UE, defronta-se com problemas que podem colocar em causa a sua própria sobrevivência. O artigo de Wolfgang Münchau, que trancrevi aqui, não sendo um epitáfio, é uma reflexão altamente desconfortável. O fim da eurozona poderia significar o fim da União da Europeia, o princípio dos nacionalismos e o fim da paz na Europa.
Pergunta, por outro lado, o editorial do Economist desta semana, que apontei aqui: "Há vida para além da dívida?". Claro que há. Mas é uma vida de subserviência perante os credores.
Ao privilegiar o sector financeiro como produtor de mitos, o Ocidente deixou-se embalar numa queda que pode conceder à China a condição de superpotência do sec XXI e determinar o declínio irreversível da cultura ocidental e o fim da democracia.
Porque nada garante que os chineses, uma vez emancipados economicamente, venham a reclamar os valores que ilustraram as culturas ocidentais até agora, e ambicionem a democracia.
O fim da história, se acontecer, acontecerá com o fim da humanidade.
O fim da história, se acontecer, acontecerá com o fim da humanidade.
6 comments:
Andamos há tanto tempo a tapar o Sol com a peneira...
Vi ontem nos 60 minutos (que gravei porque passa a horas esquisitas) o chefe da CIA afirmar que potências estrangeiras (quem serão?) já há algum tempo se têm infiltrado em tudo o que é sistema informático de sectores como a rede electrica, as universidades, a NASA, bancos e por aí fora, copiaram 'terabytes' de informação e deixaram software que lhes permite, como dizia o comentador, ficar por lá, ouvir e observar tudo o que se passa.
Tenho ideia de ouvir um comentário do primeiro ministro chinês, já há algum tempo, em que dizia qualquer coisa como isto, as guerras do futuro não serão com armas convencionais mas sim, electronicas e de comunicações.
Talvez a guerra já tenha começado e nós não nos apercebemos...
No meio deste documentário fala-se que com software infiltrado é possível, por exemplo, provocar a auto-destruição um gerador de uma central eléctrica.
E, como dizia o homem, como estes equipamentos já não são fabricados nos EUA e o fornecedor não tem equipamentos para entrega imediata, isso poderia significar a paralisação da central (ou centrais) eléctrica(s) por meses.
Imagine um 'apagão' de meses em grandes cidades.
Daqui a dez anos, ninguém sabe para que serve um parafuso. Quanto mais fazê-lo...
"as guerras do futuro não serão com armas convencionais mas sim, electronicas e de comunicações"
Serão com certeza. A Visão trazia há dias um artigo acerca da utilização de drones no Afeganistão. Aviões não pilotados, coisas assim.
Por outro lado, e por acaso, hoje foram presos 10 espiões ao serviço da Rússia. A Rússia, naturalmente, já negou.
"Daqui a dez anos, ninguém sabe para que serve um parafuso. Quanto mais fazê-lo..."
Boa.
Mas se ninguém souber é porque foi substituido.
Talvez por um drone. Que lhe parece?
Para quê gastar dinheiro e energia a enviar drones?
Se provocar um 'apagão' prolongado numa grande cidade ( ou mesmo país) já pensou quais serão os resultados?
Como perguntava o tal chefe da CIA (já reformado) ao jornalista: 'Já imaginou a sua vida sem electricidade?'
Neste momento tem sistemas informáticos a controlar o dinheiro, o transito, os hospitais, os serviços de identificação, as armas nucleares de vários países, as redes de electricidade, as estações de tratamento de água e podíamos ir por aí fora.
Se um ou vários destes sistemas forem infiltrados (como parece que já foram) com fins bélicos as consequências podem ser bem mais devastadoras que umas dezenas de ataques com 'drones'. Não será?
É por isso que me pergunto, será que a guerra não começou já ou, será que as 'armas' invisíveis não estarão já colocadas estrategicamente?
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