Amigos, cento e dez, ou talvez mais,
Eu já contei. Vaidades que eu sentia:
Supus que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais!
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Amigos, cento e dez! Tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia
Que, já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais.
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Um dia adoeci profundamente.
Ceguei. Dos cento e dez houve um somente
Que não desfez os laços quasi rotos.
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Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego não nos pode ver.
- Que cento e nove impávidos marotos!
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Camilo Castelo Branco
2 comments:
Mas...
Embora não se veja, falo por mim, venho cá vê-lo todos os dias.
Fique tranquilo que está mais acompanhado do que julga.
Obrigado António.
Tranquilíssimo.
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