Acabo de ler "A Viagem do Elefante". A generalidade da crítica é muito favorável, considerando este último livro de Saramago o melhor depois do Nobel, e a sua terceira melhor obra depois de "O Memorial do Convento" e "O Ano da Morte de Ricardo Reis".
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Não se trata de um romance, aliás Saramago chama-lhe um conto, mas do ficcionado relato de uma viagem, feita no século dezasseis entre Lisboa e Viana de Áustria por um elefante e dos muitos que o acompanharam, em parte ou na totalidade do percurso, desde o seu tratador (o cornaca) até ao arquiduque Maximiliano da Áustria, descrita no estilo inconfundível do escritor. O livro é o estilo, a metáfora que o embala não tem, apesar dos aplausos que está a receber, a subtileza que só o inesperado da grande originalidade desvenda.
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Se se trata do melhor de Saramago depois do Nobel, e eu não li todos para ajuizar por mim próprio, não releva só por si mérito absoluto mas relativo. Melhor que o "O Ensaio sobre a Lucidez" é certamente.
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