Passei ontem pelo Marquês de Pombal, está Sebastião José rodeado de uns penedos redondos de plástico transparente gravados com com o t da TMN a azul da mesma TMN e, voltado para o rio, um igloo feito do mesmo material com o tal t, pendurado ao meio, em dimensão maior, tudo inevitavelmente a sugerir a cruz do crucificado em desérticas paragens geladas. Nada, naquela instalação absurda, tem ponta de sugestão do Natal.
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Mais abaixo, no Rossio, à volta de Pedro Quarto, uma outra instalação do mais requentado kitsch, promove, se bem depreendi, os jogos da Santa Casa da Misericórdia: um castelo bávaro (?) com meninas de tranças ruivas à janela e meninos da mesma cor. Nenhuma alusão ao Natal e muito menos ao Natal português. De português mesmo só este promovido vício de se querer ficar rico sem fazer esforço investindo no jogo.
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Atravessando a ponte, Cristo-Rei abre os longos braços sobre uns anjos alados a tubos de azul eléctrico da altura de todo o pedestal. Na bordadura dos vestidos angelicais, e a toda a volta da base, percebe-se imediatamente que a instalação luminosa é um anúncio da Samsung.
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O que é, hoje, o Natal? A celebração do eterno retorno da futilidade e dos vendilhões ao templo?
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