As sondagens não se enganaram e, se alguns enganaram as sondagens, o engano foi irrelevante.
O efeito Bradley pode ter alargado a diferença, relativamente às sondagens, a favor de McCain nos estados mais conservadores; nos estados do Norte da costa Leste, o alargamento da diferença, a favor de Obama, deveu-se provavelmente à maior participação de eleitores, sobretudo jovens.
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A Florida, que poderia ter pendido para McCain, favoreceu desta vez o candidato democrata, concedendo-lhe os 27 delegados pela diferença de 2 pontos percentuais; a Pensilvânia, outro estado onde as sondagens mostraram sempre resultados pouco distanciados, proporcionou a Obama um resultado folgado (55% contra 44% para MacCain).
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E Obama será o 44º presidente dos EUA a partir do próximo dia 20 de Janeiro. Um facto notável atendendo às suas origens, ao seu percurso, e até ao seu nome: Barak Hussein Obama.
Só poderia ter acontecido nos EUA.
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Como disse Obama no seu discurso de agradecimento, ontem em Chicago, esta eleição envia uma mensagem a todo o mundo. Uma mensagem também de esperança. Que coloca a fasquia a um nível muito elevado. Esperemos que não lhe continue a faltar inspiração e engenho para a transpor.
6 comments:
Então pronto, já têm o presidente que queriam, embora tenham escolhido mal, como eu sempre disse.
Os pobrezinhos acreditam que vão ficar melhorzinhos e metade da nação irá sustentar a outra metade. Quem vai sustentar quem, é o que ainda é cedo para saber.Mas acredito que enquanto uns festejam, distraídos, outros estarão já a fazer as suas continhas e a calcular a largura da fatia que lhes vai calhar.
Dez anos para mudar?
Esperemos que vá indo, mas a começar já. Dez anos é muito tempo, sabe, não sabe?
Temos que reconhecer que o homem tem o dom da comunicação.
Até eu, descrente 'profissional' dos homens (sobretudo de politicos) tenho que confessar que aquele discurso de agradecimento, enquanto durou, me empolgou.
É pena que a realidade que o espera não se resolva com oratoria.
Achei interessante a reacção do governo chinês:
China looks to new start with Obama
China's president has congratulated Barack Obama on his victory in the US
presidential election, saying he looked forward to opening a new chapter of China-US ties.
"In a new historical era, I look forward to... taking our bilateral relationship of constructive cooperation to a new level," Hu Jintao said in a written message, according to a statement posted on the Chinese foreign ministry's website.
Ties between China and the US are fast becoming one of the most important bilateral relationships in the world, and one in which China is increasingly powerful.
During his campaign Obama criticised Beijing strongly for keeping its currency low – a frequent cause of dispute between the US and China.
With the global economic crisis continuing to bite, the US president-elect's calls to protect American jobs at all costs might also bring him into conflict with the Chinese government.
In his congratulations to Obama on Wednesday, Hu called for a closer US-China relationship which he said would be "for the benefit of Chinese and American people, and people around the world."
But he added that bilateral relations should still be conducted on the basis of the so-called "three communiques" - a reference to three documents that have formed the bases for ties since the US and China established diplomatic relations in the late 1970s.
'One China'
One of main elements of the communiques is a US pledge to adhere to the so-called 'One China principle'.
At the core of that is the position that the US must not officially recognise an independent Taiwan, a self-ruled island that Beijing considers part of its territory, awaiting reunification.
Despite this, the US remains Taiwan's most important military backer and its biggest supplier of weapons – an issue that frequently irritates Beijing.
In his own congratulatory message to Obama on Wednesday, Taiwan's president, Ma Ying-jeou, said he too was looking forward to developing relations with the future US president.
"President Ma wishes to express his congratulations and appreciation for president-elect Obama's support for Taiwan-US ties and our China policy," a foreign ministry statement said.
"Taiwan hopes that its traditional friendship with the US will further develop under his distinguished leadership."
http://english.aljazeera.net/news/asia-pacific/2008/11/200811595310174184.html
Microsoft looking to China to create new products
By JOE McDONALD AP Business Writer © 2008 The Associated Press
Nov. 5, 2008, 2:24AM
BEIJING — Microsoft Corp. expects its Beijing research center to start producing breakthroughs that could lead to global products in health care and other areas, the software giant's chief research officer said Wednesday as the center marked its 10th anniversary.
Microsoft is part of a wave of companies that are expanding research and development in China to serve its fast-growing market and take advantage of a huge Chinese talent pool of scientists and engineers.
Microsoft says its Beijing center, one of six, already has exceeded expectations, producing 260 innovations that have been added to products sold worldwide. The center is Microsoft's biggest outside the United States, with 350 researchers.
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Dozens of other companies also operate research and development centers in China, including Intel Corp., Hewlett-Packard Co., General Electric Co., German's Siemens AG and Nokia Corp.
In Beijing, Microsoft has relied on Western-trained Chinese researchers but the country's own universities are starting to produce "highly capable" specialists, Mundie said.
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It has expanded in China despite rampant Chinese piracy of software, music and other intellectual property that has cost the company heavily in lost potential sales
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http://www.chron.com/disp/story.mpl/ap/business/6096002.html
E o 'job displacement' continua...
Quais os empregos que restam para a maioria dos americanos e europeus?
"tenham escolhido mal"
Caro António,
Em Obama votaram mais de 30 milhões de eleitores. Não quero acreditar que tanta gente tenha escolhido mal.
Concordo com a nossa Amiga A. na parte em que, temos de reconhecer, Obama tem um discurso claro, consistente numa presença de uma tranquilidade incomparável.
Fala de improviso como se estivesse habituado todos os dias a ser eleito para o cargo mais poderoso do mundo.
Quanto às relações comerciais com a China tenho muitas dúvidas que seja possível alterar substancialmente os acordos em vigor.
De qualquer modo, continuo a acreditar que o comércio livre é condição necessária a u mundo globalmente mais justo e mais seguro.
E creio que Obama não deixará de ter isso em conta.Não porque seja eu a dizê-lo mas porque é dito por muita gente mais abalizada que eu.
Boa noite.
Em Obama votaram mais de 30 milhões de eleitores. Não quero acreditar que tanta gente tenha escolhido mal.
E no GW Bush, por duas vezes, sendo que foi muito mais grave à segunda, quantos votaram? Escolheram mal, ou bem?
Não é disso que se trata nem estou a defender que deviam votar em Mackain.
O que quero dizer é que em tanto Americano só tenham aparecido e ficado para o fim, estes três candidatos, Hillary incluída.
quanto a esta, nos tempos que atravessamos, talvez não fosse mau de todo. Levava o Bill com ela e já quase tinha outro vice.
Na minha opinião, oxalá me engane, o patuá do Obama pode convencer a muitos, mas como tenho cá um do mesmo género (salvo seja, começo a olhar de lado para quem fala tanto e tão bem.
Não pense que não deposito esperanças neste presidente, o que tenho é sérias reservas e não gostaria de ter um desapontamento muito grande. Jogo à defesa.
Daqui a um ano, espero estar a juntar-me a si na admiração das qualidades de Obama. Até lá, vamos indo e vamos vendo.
Caro António,
É bem verdade que tanta esperança não pode senão acabar em alguma desilusão. Já o disse num post que deixei para aí atrás.
Por outro lado, como nunca idolatrei ninguém, não é agora que vou mudar. Por maior que seja o génio que me apereça pela frente, ele será sempre um desígnio da natureza que ele próprio não controla. E será sempre, relativamente, imprevisível.
Demos tempo ao tempo e esperemos que com a amostra não nos desiluda a peça.
Mas pode acontecer.
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