Monday, November 17, 2008

A CRISE E AS GREVES

Ouço na rádio, esta manhã, que também o Japão já entrou em recessão.
E, a seguir, que correm rumores, entre os professores, de uma próxima greve geral às notas e aos exames.
Depois, leio no Público online que Ministério da Educação admite alterações ao sistema de avaliação dos professores segundo noticia o “site” da rádio TSF.
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Como já tenho referido, independentemente da razoabilidade do sistema de avaliação adoptado para os professores, o que está em causa não é o sistema de avaliação em si mas as quotas. De modo que, ou muito me engano ou a disponibilidade do ministério para a alteração do sistema de avaliação vai progredir para um estádio residual que será um arremedo do original. Nessa altura, os sindicatos avançarão com a questão primordial das quotas invocando uma razão que a grande maioria compra por ignorância, real ou propositada, de questões básicas de estatística: Num universo de cento e vinte mil avaliados nem todos serão bons ou excelentes mesmo que os resultados da avaliação digam o contrário.
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Em tempos de crise global, que ameaça fazer centenas de milhões de desempregados em todo o mundo, os professores portugueses sentem-se à vontade para fazer greves a notas e a exames, não porque todos se julguem bons ou excelentes mas porque julgam não correr o risco de desemprego por muito dura que seja a crise para muitos. Para os mineiros de Aljustrel, por exemplo.

2 comments:

A Chata said...

Estavam à beira da recessão e agora, como dizia o politico brasileiro, estão a dar o passo em frente...
Achei interessante a fotografia de grupo do G20 . Brasil à direita e China à esquerda dos EUA.
Os 'emergentes' já começaram a dizer que querem ter uma voz mais activa nas organizações mundiais.

O Mundo, como o conheciamos, mudou e parece que pouca gente o quer admitir.

Não deveríamos começar a pensar como lidar com a nova realidade, de maneira a minimizar com os prejuízos, em vez de continuarmos a falar da China e da India como 'emergentes'?

Isto, digo eu, que não sou economista nem lá perto...

Quanto aos professores e às avaliações, é um pouco como o futebol, enquanto discutimos isso não temos que pensar na crise civilizacional que vivemos.

Pode ser que Umberto Eco tenha razão e estejamos apenas em Passo de Caranguejo e que a seguir avancemos para um futuro melhor.

Rui Fonseca said...

"Pode ser que Umberto Eco tenha razão e estejamos apenas em Passo de Caranguejo e que a seguir avancemos para um futuro melhor"


Cara Amiga A.,

Também quero acreditar que sim.