O EUROSTAT acaba de divulgar os dados acerca dos montantes de investimentos realizados nos países membros da União Europeia e dos investimentos destes feitos fora do espaço comunitário em 2007. As informações do EUROSTAT foram compiladas a partir dos dados que as entidades de estatística dos países membros lhes forneceram. É, portanto, muito estranho que o Ministro da Economia, quando hoje foi interpelado acerca das notícias de que o investimento directo estrangeiro em Portugal e no exterior baixou mais de 50 por cento, não tenha reconhecido a evidência.
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Sendo o investimento o in put vital para o crescimento económico e este a condição necessária, ainda que nem sempre suficiente, para o crescimento do emprego, qualquer estratégia de animação da economia passa pela criação de condições atractivas do investimento. É frequente referirem-se a este respeito três factores críticos: a fiscalidade das empresas, as capacidades dos recursos humanos e os custos do trabalho. Não sendo desejável que a competitividade portuguesa volte a residir, mesmo em parte, em salários baixos, sabendo-se que a fiscalidade dos projectos com interesse nacional são objecto de protocolos de tratamento fiscal especial, sendo o desemprego de jovens licenciados relativamente elevado, as razões pelas quais os investidores procuram outras paragens devem ser outras.
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A indolência do sistema judicial português é, seguramente, uma delas. O cumprimento dos contratos é condição necessária ao sucesso dos negócios.
Haverá outras. Assunto que deveria merecer uma discussão pública. Mas na qual ninguém parece estar interessado. É fácil dizer: É preciso investimento. Difícil é dizer como isso se consegue. Mais difícil ainda é reunir o consenso necessário à adopção das medidas necessárias.
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