Hoje ouvi, de manhã, na rádio uma entrevista a Vitorino de Magalhães Godinho, que completará 90 anos de idade no próximo mês de Junho. Dizia Magalhães Godinho que as sociedades actuais são sociedades enervadas. E, acerca do tema, discorreu acerca dos malefícios deste frenezim que se apoderou das sociedades modernas. Este enervamento decorre, em grande parte, da globalização, que tornou todo o mundo interdependente. Veja, dizia Magalhães Godinho, o que acontece quando o sr. Greenspan diz que a crise se aproxima: os mercados bolsistas estremecem por todo o lado e a crise aparece. À época actual chama Alan Greenspan a "Idade da Turbulência". Turbulência que, segundo Magalhães Godinho, é provocada pelas reacções em cadeia aos vaticínios de Greenspan e muitos outros, que andam entretidos a enervar este mundo e arredores.
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O enervamento de que fala Magalhães Godinho, contudo, tem mais causas. O aumento da oferta de solicitações a consumir no limitado espaço de tempo de 24 horas diárias, empurra os indivíduos para o "stress" (sociedade estressada, dirão os brasileiros) que é a doença dos dias de hoje, e que desencadeia frequentemente complicações clínicas graves que não permitirão chegar aos lúcidos e não dependentes noventa anos de Magalhães Godinho.
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Estava eu nestas cogitações quando, por volta do meio dia, ouço na rádio que, segundo estudo realizado recentemente, é no distrito de Beja que a mortalidade é maior em Portugal. E, dentro do distrito de Beja, é no concelho de Alvito que a negra bate o recorde. Logo ali ao lado, no distrito de Évora, pelo contrário, a probabilidade de um cidadão ir desta para a outra é das mais baixas do país. Na região de Lisboa e Vale do Tejo a foice ceifa quase tanto como no Alvito. Segundo percebi, as causas não são se correlacionam com os estratos etários de cada zona estudada. As causas serão, portanto, outras. Que estão a ser analisadas.
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Quanto a Greenspan, não creio que tenha culpas nestes cartórios mais mortíferos.
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