Ouço a notícia de que Bush disse não se mostrar arrependido de ter decidido invadir o Iraque, e que, mesmo que soubesse o que sabe hoje, voltaria a fazer o mesmo.
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Nunca tive dúvidas, e muitas vezes o referi já aqui no Aliás, praticamente desde que iniciei estes meus exercícios mentais, que o motivo decisivo que provocou a invasão foi o de consolidar a presença norte-americana na área do globo de que depende a sua economia e, portanto, a sua segurança. E nunca tive dúvidas, desde o momento em que Bush decidiu a invasão antes do relatório que os inspectores insternacionais de ADM haviam anunciado e que, tudo levava a crer, iria confirmar a não existência dessas armas. A saída de mais esse relatório teria obrigado Bush a desmobilizar da ideia que fermentava antes dele próprio ter sido eleito.
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Continuo a ouvir as notícias: é cada vez mais generalizada a convicção de políticos e jornalistas de vários quadrantes de que o Iraque, que detém no seu subsolo as maiores e melhores jazidas de crude, é o motivo maior da presença norte-americana no Iraque, que ao mesmo tempo reforçou a sua tutela sobre os campos dos países vizinhos e se acercou das fronteiras do Irão.
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Dito isto, a pergunta que ocorre só pode ser ingénua: Mas como aderiu a maior nação do mundo maioritariamente à tese da perseguição do terrorismo e da instauração da democracia em espaço tão avesso? Por que aderiram Blair e Aznar, entre outros? Como é que a aceitou sem reservas Durão Barroso para depois se refugiar num documento, que só ele parece ter lido, José Manuel Barroso?
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Os norte-americanos tinham sofrido o primeiro ataque estrangeiro no seu próprio território em toda a sua história, em instalações que eram ícones da América: nomeadamente as Torres Gêmeas em Nova Iorque e o Pentágono em Washington. Feridos no seu orgulho de gigante qualquer desculpa para perseguir o inimigo que os ultrajara era boa. Passada a fase da cicatrização a maioria reconhece hoje, ainda que de forma velada, que os seus intereses não podem ser postos em causa naquela área do globo e para os garantir é preciso lá estar.
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Quanto a Blair & Cª., é difícil aceitar que tenham sido enganados ou que desconheciam as reais motivações da administração Bush. Convencidos das reais intenções de Bush, mas proibidos pela opinião pública (interna e internacional), e do interesse estratégico da presença norte-americana naquela área do globo para todo o mundo ocidental, assumiram tacticamente o papel de tolos.
2 comments:
Segundo o seu argumento, Rui, qualquer que fosse o Presidente dos USA faria a invasão do Iraque, pois qualquer Presidente tem obrigação de «consolidar a presença norte-americana na área do globo de que depende a sua economia e, portanto, a sua segurança». No limite o argumento é assustador na medida em que pressupõe que “os fins justificam os meios” e que o capitalismo é a forma de organização social baseada no banditismo. Ora em 1º lugar o Bush poderia ter invadido outros países da região importantes para a sobrevivência dos USA e, sobretudo, há outras formas mais subtis (e mais suaves e mais eficazes) de consolidar presenças onde se deseja. Para mim a invasão só prova que Bush é mesmo burro e que a sua “entourage” é (foi) mesmo diabólica.
Aix,
Como refiro, já abordei esta questão aqui muitas vezes. Se a sua paciência for tanta encontrará vários post dedicados ao assunto e sempre com a mesma leitura.
E verá que a questão da presença norte-americana no Iraque encontra as suas raízes na expansão (imperialista se quiser) dos EUA logo após a primeira guerra mundial.
Um livro excepcional "The Prize", escrito há uns doze anos e que foi prémio Pullitzer, explica a história mundial dos últimos 100 anos através da história do petróleo.
Os norte-americanos estão no Iraque porque não têm alternativa.
Enquanto o petróleo for o sangue que corre nas veias das economias de todo o mundo.
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