Hoje de manhã foi notícia na antena 1 uma entrevista ao bastonário da Ordem dos Engenheiros que repete o discurso ultimamente mais estafado: no ensino básico os alunos não aprendem o que deviam aprender, nomedamente de matemática e física, quando chegam à universidade entram sem a preparação que um curso superior exige, e de lá saem com licenciaturas coxas, daí que mais de 60% dos candidatos à inscrição na Ordem chumbem nas provas de admissão a que alguns são submetidos. E por quê? Porque as universidades são financiadas proporcionalmente à quantidade (número de alunos inscritos) e não quanto à qualidade dos seus licenciados.
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Assim como as câmaras municipais vivem das licenças de urbanização e construção que concedem, e assim vão preenchendo desordenadamente o espaço com cimento, as universidades, facturam em função dos pés que as frequentam e não dos conhecimentos que transmitem e das habilitações que desenvolvem. Em conclusão: Em ambos os casos está errada a forma de financiamento público. Alterar as condições de financiamento é condição necessária para alterar ambas as aberrações.
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Mas não é suficiente: Nada se alterará de substancial em matéria educativa enquanto não se alterarem os níveis de exigência dos empregadores. A Universidade deveria comportar-se como um empregador exigente, admitindo apenas os candidatos suficientemente preparados para nela entrarem. Sabemos todos que não tem sido assim, e assim promete continuar a ser se a demagogia que campeia em Portugal, de braço dado com os interesses corporativos, prevalecer sobre as políticas de mudança.
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