O petróleo atingiu hoje os 110 dólares em Nova Iorque, o dólar caiu hoje para 1,55 euros. Reconheço que não foi atingido ainda o ponto em que as cotações em dólares do crude se desligarão da cotação da moeda norte-americana. Mas não pode estar longe. A menos que esteja próxima uma hecatombe financeira. O artigo de Martin Wolf que acabo de transcrever é de molde a recear o pior.
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Um aspecto perverso da espiral especulativa forjada pela debilidade da moeda norte-americana é o crescimento dos preços das comodities em dólares (em geral, e do petróleo em particular) em resultado da procura de refúgio para os dólares débeis, debilitando-os ainda mais.
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Mas nem só o petróleo é refúgio quando as bolsas estão rotas. O café, por exemplo, também. O preço da bica está a aumentar em consequência da crise das sub-prime. Parece do outro mundo mas é deste.
Os preços do petróleo registaram esta tarde novos máximos históricos depois da moeda única da Zona Euro voltar a somar um novo recorde face ao dólar. Em Nova Iorque o petróleo já superou a barreira dos 110 dólares por barril e em Londres passou pela primeira vez o patamar dos 106 dólares.
O West Texas Intermediate (WTI) [Cot] atingiu um novo máximo nos 110,20 dólares e em Londres, o "brent", que serve de referência à economia portuguesa, seguia a valorizar 0,56% para os 105,84 dólares depois de também ter registado um novo máximo esta tarde ao negociar nos 106,39 dólares por barril.
Nas últimas 12 sessões, apenas num dia o petróleo não fixou recordes.
A impulsionar os preços do petróleo está o facto de o euro ter voltado a registar um novo máximo face à moeda norte-americana ao negociar nos 1,5526 dólares. A queda do dólar leva os investidores a reforçarem a aposta no mercado das matérias-primas.
O mercado continua a acreditar num corte da taxa de juro de 0,75 pontos percentuais para os 2,25% por parte da Reserva Federal (Fed) norte-mericana na reunião da próxima semana uma vez que existem receios de que as medidas ontem adoptadas pela autoridade monetária norte-americanas não sejam suficientes para travar uma recessão.
Por outro lado o Banco Central Europeu (BCE) deverá manter os juros inalterados nos actuais 4% devido aos receios de inflação.
"As pessoas estão a comprar petróleo como protecção contra a fraqueza do dólar ou risco de inflação" afirmou Tim Evans analista do Citigroup Global Markets citado pela Bloomberg.
Com a desvalorização do dólar os investidores voltam as suas atenções para as "commodities" como forma de se protegeram da inflação e da turbulência do mercado de capitais.
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