- Já desististe de escrever no Aliás?
- Não. Estou apenas à espera que a confusão internacional e a discordância interna assentem de modo suficiente que permitam vislumbrar o futuro pelo menos a curto prazo. De momento, a espuma dos dias vai tão alta que, mesmo qualquer percepção instantânea, é ilusória e desesperante.
- Hum! Estás mais pessismista que nunca.
- E há motivos para ver optimismo nas actuações, ou simulações, não sabemos, de Trump e Putin?
- Concordo. Mas esqueceste Xi Jinping?
- Não, não esqueci. Xi Jinping, por agora, é espectador. Um espectador especial, mas, de qualquer modo espectador.
- E Netanyhau?
- Esse faz o que Trump o deixa fazer. Trump disse que ia resolver a questão do conflito israelo-pelestiniano numa semana. Não resolveu. Agora assinou com Zelensky um acordo de cedência de terras raras ... Se esse acordo se concretisar é credível que os norte-americanos defendam as suas terras ucranianas ouvindo a continação de bombardeamentos russos ali ao lado? Há muita coisa que não entendo, e não sei mesmo se alguém entende. São tabus.
- Provavelmente não. Assim como ninguém eetenderá que os ayatolas cedam agora, pacificamente, o que Trump retirou do anterior acordo. Aliás só há ums solução para a questão nuclear iraniana: o desarmamento global. Por que razão só alguns, poucos, têm direito a armamento nuclear e outros não?
- E quanto ao que se passa cá por casa?
- Tenho lido e ouvido pouco mas tenho a sensação de ter lido e ouvido tudo porque todos se repetem ad nauseam os mesmos argumentos. Com duas excepções: ninguém fala na justiça, nem na guerra que temos à porta.
- Porquê?
- Porquê, pergunto eu.
- Terão medo dos magistrados e da reação dos eleitores?
- É bem provável. São dois tabus.
- Sendo assim, no fim quem ganha?
- Ganha o Chega.
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