Monday, August 21, 2006

CIÊNCIA & PACIÊNCIA ILIMITADA

(Comentário ao post "CIÊNCIA ECONÓMICA?" colocado no "A destreza das dúvidas"
http://aguiarconraria.blogsome.com


Leio todo este manancial e quase fico de lado, logo de madrugada. Depois recupero e sinto-me gratificado por ter aprendido alguma coisa. Na minha idade, estas coisas contam muito. Sentimo-nos desafiados a não adormecer.

Foi o que me aconteceu.

A mim, sempre me causou alguma confusão o facto de os juristas se reclamarem serem versados em ciências jurídicas, sabido que o direito é o terreno mais escorregadio que pisar se pode. Depois, a Ciência é tão apelativa que, hoje, não há actividade profissional que não suscite um doutoramento. Em artes plásticas, por exemplo. Ou em piano. E porque não em cozinhar bacalhau? Há tempos apareceu na revista do “Expresso” um extenso artigo dedicado a uma investigadora portuguesa que, na Dinamarca, dedicava o seu tempo a uma tese sobre o assunto.

De modo que, á boa maneira de Sócrates, o Caturra, desafiei-me para uns comentários a este post carregado de erudição.

E fui-me ao dicionário, do Houaiss, perdoem a citaçãosinha. E deparei-me com um estendal, que não vou transcrever.

Fiquei a saber que o vocábulo nos entrou, portas adentro, por volta de 1370, não sei por que porta de entrada, mas ainda não tinha acontecido Aljubarrota.
Muito antes, portanto, de ter nascido o célebre Alberto, o Newton e mesmo o Galileo. Esta é que é a verdade pura e dura.

Na primeira entrada do citado léxico, Ciência é o “conhecimento atento e aprofundado de alguma coisa” e, mais a diante, ficamos também a saber que, por exemplo, ciência penitenciária é o “estudo das execuções das penas, das condições em que são executadas as penas”.

É uma pena, concordo. Mas Ciência, mesmo com C grande, é isto.

Comum a todas as ciências parece que só mesmo a paciência. Ilimitada, claro.

Há debates que começam tortos. O da Economia enquanto Ciência foi um deles. Mas é um debate que me interessa e para o qual costumo ter pouco feed-back. Aproveito a disponibilidade do random para discutir o assunto.
O texto do
random pode parecer um pouco descontextualizado. Quem quiser juntar as pontas terá de ir ver os comentários a esta entrada do João Miranda. Aviso já que é uma entrada que conta com mais de 200 comentários. Os primeiros 100, tal como a própria entrada do João Miranda, são, possivelmente, reacções excessivas a uma entrada infeliz.
Dito isto, penso que o texto do
random vale por si mesmo, sem a bengala da contextualização. Publico a opinião dele:
Geralmente não discuto ciência na blogosfera, uma vez que já o faço no dia-a-dia no trabalho, aproveitando o mundo virtual para conversar de coisas diferentes. Contudo gosto de verificar se as minhas ideias sobre as outras disciplinas - neste caso a Economia - estão correctas ou não. Para isso é preciso encontrar pessoas que não só dominem do assunto, mas que estejam dispostas a argumentar com paciência.


Antes de começar gostaria de chamar a atenção que eu evito citações quando tento argumentar. Agradecia que o evitassem também. Prefiro ouvir um argumento personalizado do que uma citação de Popper, por exemplo.Vamos por pontos.Em primeiro lugar uma breve nota ao Luís Oliveira e depois umas breves considerações sobre Epistemologia. Finalmente abordo a questão a que nos propomos. I.Luís Oliveira tem razão que é pouco relevante saber se a Economia é de facto uma Ciência ou não, contudo isto não impede de discutirmos a Ciência que a Economia é (ou não é). Assim aprendemos um bocado mais sobre Economia e Ciência em geral. Para isto devemos primeiro definir Ciência e depois ver se a Economia se encaixa nesta definição. Em caso positivo então devemos reflectir que tipo de Ciência ela é. Nota: Vou dar uma definição pessoal de Ciência que julgo se enquadrar na definição "clássica" (i.e de Ciências naturais).II. Considerações gerais:As Ciências têm duas "vertentes"; a Ciência teórica e a Ciência experimental. Isto não é por acaso. De facto, a Ciência começou por ser uma Ciência experimental (com Galileu, por exemplo). Mais tarde Newton fundou a Ciência moderna a qual foi dar uma base teórica (matemática e de primeiros princípios) ao que já se sabia graças a Galileu, Kepler e outros, além de explicar e prever novos fenómenos. A Ciência - aliás como tudo o resto - é-o porque obedece a certos "critérios". Os dois critérios que eu dei no meu comentário no Blasfémias (a existência de um objecto de estudo e de método científico) são os mais evidentes e são prática comum do cientista. Tão comum que por vezes nos esquecemos desse "pano de fundo". Inicialmente a Ciência começou por explicar fenómenos "naturais"; movimentos de planetas, estrutura química, etc. No século XX algo de novo acontece. Há uma revolução na Ciência. O maior génio de sempre conseguiu coinciliar duas áreas da física aparentemente inconciliáveis; o electromagnetismo e a mecânica. Ao fazê-lo descobriu que os conceitos de espaço e tempo tinham de ser alterados. Quando em 1919 (penso ter sido este o ano) o grande astrónomo Eddington corrobora o desvio da luz devido à curvatura no tecido espacio-temporal induzida pela massa do Sol, o jovem Albert Einstein aparece nas capas de todos os grandes jornais "Génio derruba Newton" e fica internacionalmente conhecido (já o era no meio académico) da noite para o dia.Estou a contar este episódio por uma razão muito importante e que escapou ao próprio Popper (o qual de facto nada disse que não banalidades): a Ciência NÃO É feita de "saltos" revolucionários que invalidam a teoria anterior.Pensar o oposto (como Popper pensava) é talvez o maior mito que existe entre leigos. Sobrevive ainda nos dias de hoje! Muito me espanta, ou talvez não. É uma simplificação de algo que as pessoas não entendem realmente. Contudo, por vezes, as simplificações tornam-se simplicismos que dão uma visão errada sobre um determinado assunto; este caso que referi é um exemplo típico.A este respeito, a teoria da Relatividade Geral de Einstein é exemplar. A teoria de Einstein veio trazer um novo paradigma da Ciência. Foi um salto gigantesco sim. Uma revolução. No entanto, não significou que a teoria de Newton estivesse incorrecta. Significou antes que:1. a teoria Newtoniana passa a ser vista sob outro prisma; o conceito duvidoso de forças à distância que o próprio Newton desgostava é substituído por um novo, mais elegante e geométrico.2. a teoria Newtoniana passa a ter o seu regime de validade reduzido.O ponto 2 é IMPORTANTÍSSIMO. E é este que desmistifica a ideia de que novos cientistas descobrem que cientistas do passado estavam errados. Se isto fosse assim, então para quê dar ouvidos aos cientistas? Para quê acreditar nas previsões dos eclipses, se amanhã pode aparecer um novo Einstein que diga que toda a mecânica celeste está errada? De certa forma, se assim fosse, a natureza iria comportar-se ao sabor dos caprichos dos cientistas. Puro disparate.Obviamente isso é um mito.Neste sentido é que Filipe Moura disse que a Física - a mãe das ciências naturais - era imutável. Claro que a frase "a Física é imutável" é perigosa. Fora do contexto pode ser tanto verdadeira como falsa. Daí LA-C ter ficado confuso com esta ambiguidade. A Ciência será (sempre?) um livro aberto.Não acredito que Filipe Moura estivesse a pensar noutra coisa que não a que eu referi. Ele é cientista e sabe tão bem como qualquer colega a natureza daquilo que faz.Assim, temos que uma característica muito importante; em Ciência dificilmente (pelo menos na Física) se demonstra que uma teoria está errada. Teria que me esforçar para me lembrar de mais de meia dúzia de exemplos (na Física, claro. Noutras Ciências não exactas há alguns exemplos.). Às vezes o que acontece é que “modelos” dentro de teorias maiores estão errados por uma das seguintes razões;i. um mau ensaio foi feito;ii. uma aproximação demasiado grosseira foi feita;iii. erro de cálculos.Qualquer um dos casos não implica uma teoria errada, implica apenas uma consequência (da teoria) mal deduzida, i.e. infelicidade da parte do cientista. LA-C mencionou a teoria de Supercordas. Esta teoria precisa de dimensões extra para unificar todas as forças da natureza (este era o sonho de Einstein) num conjunto pequeno e belo de equações. Não sabemos ainda se esta teoria está "correcta"; i.e. se reflecte alguma verdade sobre o nosso Universo.Apesar disto ainda bem que LA-C mencionou este exemplo porque na base dele está uma outra característica muito importante da Ciência:uma nova teoria deve não apenas ser capaz de obter os mesmos resultados que as teorias antigas mas prever NOVOS fenómenos.Este é um ponto muito importante. A teoria de Supercordas ainda não é "the theory of everything" porque ainda não temos tecnologia suficiente para verificar as propriedades novas que ela sugere que existam no Universo. No entanto, dela se extrai a teoria da Relatividade, etc. ; é uma teoria consistente. Será relevante? Só mais tarde o saberemos. Quando o for ganha o estatuto de teoria científica. No entanto, por simplicidade, os Físicos quando querem mencionar as Supercordas falam de "teoria de Supercordas", como se de uma teoria científica completa se tratasse.Penso que agora é claro para LA-C a razão pela qual fazer "teoria de Supercordas" é fazer Ciência. Como tal o seu argumento fica invalidado; não existe - para já - a "super teoria da Economia" que englobe teorias bem testadas e correctas que existem previamente. Assim, o argumento;a Economia tem direito a ser Ciência já que a "Supercordas" também o éé uma falácia. Podemos ainda ficar com a questão "Que fenómenos novos os Economistas alguma vez previram?”Para terminar, faço ainda a distinção entre Ciências exactas e as outras; as Ciências exactas são exactas não porque são Ciências (uma teoria pode ser exacta e não ser uma teoria científica sequer), mas pelo tipo muito particular de Ciências que são.Com efeito, a Física e a Química (esta última deriva da primeira) são Ciências exactas, mas a Biologia, por exemplo, não o é. A Medicina muito menos. Poderão (talvez) sê-lo um dia quando forem uma teoria de primeiros princípios. i.e. quando, por exemplo, forem deduzidas a partir da Físico-Química ou, pelo menos, de algo mais fundamental.O que faz com que uma Ciência seja exacta?Simplesmente o facto de os modelos matemáticos numa teoria aceite pela comunidade preverem com exactidão (*) as propriedades dos fenómenos conhecidos e dos fenómenos novos. Em Biologia existem alguns modelos de Física Estatística que prevêem propriedades do ADN, mas em geral é uma disciplina que vai construindo a sua árvore de conhecimento através da experimentação e indução; observam como as células e outros "sistemas" se comportam através de estímulos exteriores (os quais são por vezes sorteados… descobrindo-se muita coisa por acaso…); não há um processo de fabricação de conhecimento de forma dedutiva e controlada como na Física e na Química.(*) Exactidão significa que a precisão do resultado fornecido pela teoria é, no mínimo, igual à precisão do aparelho de medida mais sofisticado, o qual, por sua vez, deve ser suficientemente grande para a análise de dados dos resultados serem relevantes.(fim de considerações gerais)
III.Agora de volta à questão; que tipo de disciplina é a Economia?Antes de mais é talvez interessante mencionar que a designação "Ciências Humanas (ou Sociais)" surgiu após o impacto que a validação experimental da teoria da Relatividade Geral teve nos intelectuais da época. Formou-se aquilo que hoje é conhecido por "Círculo de Viena"; as famosas discussões de Epistemologia na capital Austríaca. A euforia em torno da Ciência era tanta devido ao sucesso estrondoso de Einstein que os intelectuais pensavam, um pouco ingenuamente, que em breve a Ciência explicaria tudo. Assim, a Psicologia começou a ser denominada de "Ciência Humana"… Infelizmente pouco progresso foi ainda feito em algumas destas áreas. Na Psicologia, apesar das importantes descobertas recentes acerca do cérebro, ainda pouco se sabe; quase tudo é deduzido por comparação (os quadros mentais das pessoas), não havendo qualquer base teórica e de primeiros princípios por de trás destes quadros. A lacuna de um objecto de estudo, ou melhor, a falta de um objecto bem definido faz com que a Psicologia não seja uma Ciência, independentemente do que os Psicólogos chamem àquilo que fazem. Para mim é terapia com base em métodos (racionais e objectivos, obviamente). Para eles é Ciência. Não levo a mal; a influência do Círculo de Viena foi muito grande…A Economia tem um objecto de estudo rigoroso e bem caracterizado.Contudo como havia já referido no comentário que deu origem a esta resposta: existe ainda o método científico.Vou rever o método científico (por palavras minhas);O cientista após ter identificado o objecto de estudo de interesse, estuda-o com as ferramentas teóricas e experimentais que tenha já ao seu dispor, de forma a conhecer algumas das propriedades e fenómenos relacionados com esse objecto; o sistema em estudo.Depois de ter verificado essas propriedades (por exemplo, a resposta do sistema a um estímulo externo, ou simplesmente a sua evolução temporal), propõe-se a explicá-las.Para tal elabora um conjunto de proposições do estilo:o objecto A tem a característica X que implica, devido ao ambiente EXT em que A habita, a característica Y, e por aí fora. Depois, se dispuser de meios para tal, tenta construir um modelo. Neste modelo, dadas as variáveis A e EXT como "input" dá, como "output", a resposta X. A inclusão de X agora como "input" dá Y, e por aí fora. Agora falta o passo mais difícil; propor uma teoria, isto é um conjunto de axiomas que tenham como consequência (isto é, com o uso exclusivo da lógica e matemática) o modelo proposto; os primeiros princípios. (Neste ponto a sua investigação começa a poder ser apelidada de "Ciência exacta".)Para ter chegado a este ponto o Cientista pode ter usado simplesmente papel e caneta e uns dados conhecidos a priori e/ou ter ido para o laboratório fazer experiências. Independentemente do caminho realizado, nesta altura, chega a hora da verdade para a teoria; a previsão de fenómenos novos. O Cientista obtém algumas usando o seu modelo, publica-os resultados e espera (ou faz ele mesmo) que alguém os corrobore em laboratório. A corroboração em laboratório pode ser extremamente exacta (envolvendo imensas casas decimais) ou pode ser a "olho"; depende do sistema em causa. Como imaginam validar a Teoria da Divisão Celular é bem mas simples do que validar a Teoria da Superconductividade, pois envolve (quase) apenas observação a microscópio e o respectivo registo dos dados observados.Isto está muito relacionado com o facto de a Biologia ser uma teoria do "macro-mundo" , i.e. das coisas "grandes" (uma célula pode nos parecer pequena mas é constituída por um número inimaginável de átomos). Já a Física não tem uma escala própria; estuda fenómenos a todas as escalas (sistemas microscópicos, mesoscópicos e macroscópicos).Na Economia (pelo menos na Macroeconomia) existem um conjunto de "axiomas" chamados de "leis" que estão na base de, por exemplo, toda a teoria de mercados financeiros. Uma dessas leis é a "lei do mercado racional" que assume que todos os agentes do mercado têm um conhecimento perfeito acerca do estado do mesmo e actuam de forma perfeitamente racional. Esta "lei" é claramente uma aproximação. Só pode ser levada a sério como "toy model" e pouco mais. Já foi invalidada "experimentalmente" várias vezes. Por exemplo, o desvio médio padrão do retorno dos preços obedece a uma equação incompatível com essa lei em mercados não maduros. Por outro lado, sabemos que os agentes são tudo menos «perfeitamente racionais». Não são robots, mas pessoas como outras quaisquer. No entanto isto não impediu de os Economistas fazerem desta lei o seu "santo graal" e de a repetirem vezes sem conta nos seus manuais.Apesar de os artigos de Econofísica não serem aceites nos jornais de Economia (o que não implica necessariamente que não prestem como LA-C parece ter sugerido) evitam usar estas "leis" duvidosas e tentam antes uma aproximação diferente ao problema "à Físico" (i.e. de primeiros princípios). Acho que o comentário de LA-C foi uma generalização não sendo justo para alguns trabalhos já realizados por Físicos ou em colaboração com estes. Estas pessoas tentam, usando leis mais simples, deduzir as consequências das leis dos mercados racionais bem como os seus desvios. Eu não sei em que ponto está a Econofísica neste momento. Debrucei-me poucos meses nela no último ano da licenciatura, mas recordo-me de ter lido elogios de Economistas ao trabalho que havia sido já feito.Há claramente uma abordagem menos rigorosa e mais prática dos Economistas, mas isto não quer dizer que não tenham resultados rigorosos. São coisas desconexas. É possível fazer-se "previsões" dentro de certos regimes/modelos/economias/etc em Economia. Contudo isto não chega para que seja Ciência. É preciso um estudo (investigação) com a abordagem que expus acima. E para isso é preciso ter-se um "laboratório" (a Economia tem) e a capacidade de fazer experiências e as repetir nas mesmas condições (a Economia terá?).Se eu (Economista) fizer uma experiência hoje que consiste em estudar a reacção dos índices bolsistas à compra de X acções da empresa Y, como posso esperar que a resposta do "mercado" seja a mesma no dia seguinte? Não posso. Não devo, pois não vai ser. O mercado é um sistema complexo (por definição) cujas interacções não são suficientemente conhecidas (dependem de uma data de factores, até mesmo do estado exacto do "ambiente" e não apenas da sua "temperatura") para a noção de "experiência" existir…O que significa fazer uma experiência no mercado financeiro?Para explorar melhor esta questão (no âmbito da Ciência) vamos fazer o seguinte mapa (altamente simplificado);acção da empresa X -> partícula do tipo Xvalor da acção da empresa X -> carga da partícula XSe a Economia é uma Ciência deve ser capaz de determinar (mesmo que estatisticamente, i.e. fornecendo apenas probabilidades) a evolução das cargas das partículas (acções) e de fazer medições das mesmas cargas para ver se a teoria é "boa" ou "não".Mas, em primeiro lugar, como pode a Economia fazer uma experiência (neste caso uma simples medição de uma propriedade) se o simples acto de medir o mercado já interage com este e altera a massa da partícula? (ainda por cima esta alteração depende do estado actual do mercado)Em Física há situações análogas a esta, em que a massa pode mudar, mas esta mudança pode ser determinada mesmo experimentalmente. É sempre possível - por mais "frágil" que seja o que se quer medir - "engendrar" um esquema que o meça. Mais ainda, pode-se sempre inventar um esquema diferente e o resultado que se obtém é o mesmo. Mais ainda, esta "mudança" é prevista pela teoria.Reparem que isto não é um problema conceptual. Um dia que a Economia esteja tão avançada que consigamos ultrapassar este problema, poder-se-á "isolar" a influência do cientista do sistema em estudo em causa. A questões são quanto tempo isto demorará (será já mesmo possível?) e, antes de mais, se isto será possível por princípio… LA-C falou em Economia Experimental. Desconhecia tal campo. Agradecia que escrevesse sobre isto de uma forma didáctica, para tentar perceber se o que eu disse faz sentido ou não.Outra questão importante que me faz alguma confusão quando tento imaginar a Economia como Ciência é o facto de - contrariamente às Ciências naturais - não existir uma realidade objectiva no sentido que a Economia depende das crenças dos "jogadores" (agentes económicos, etc.) e os seus modelos só resultam quando estas crenças não se alteram, i.e. quando a "biologia" envolvente não é seriamente afectada (ex: crashes na Bolsa causados por fortes mudanças sociais). Por isso, gosto mais de imaginar estes modelos como parte integrante de Modelos Sociais muito sofisticados, mais do que parte integrante de uma Ciência (social).Estes são os meus argumentos. Há ainda outro que não vou rebater, mas que de certa forma já mencionei acima; a Economia não se tem preocupado com a origem de muitos conceitos (por exemplo, como são os preços fixados?). Por outras palavras, a Economia não é uma disciplina de primeiros princípios.Como prometido evitei as citações. Contudo, já que LA-C mencionou a Wikipedia, vale a pena ler o artigo: http://en.wikipedia.org/wiki/Economics, onde a ideia de Economia como Ciência é refutada com argumentos diferentes dos meus (diria que argumentos mais "práticos" e feitos por Economistas) e é antes classificada como "valuation theory" ou "soft science", enfim; not science!
random

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