Monday, May 22, 2006

INIMPUTÁVEIS - 2ª. PARTE

(Enviado para Quadratura do Círculo)


E, de repente, o PGR voltou a falar.

Sacudido pelo abanão dado por JPP, o ilustre PGR acordou, estremunhado, e disse o que tem todo o aspecto de ser a sequência de um sonho: o chato do inquérito urgente ao “envelope 9” está em vias de ser terminado desde há três meses. Não foi ainda terminado porque há uns incidentes pendentes, mas hélas! (nesta altura o JPP dá-lhe o abanão) e ele conclui, acabado de acordar: os magistrados são ilibados, os jornalistas e PT são considerados responsáveis.

Nem mais. Tudo o que for provado a partir de aqui, ou comprova ou não serve de prova.

Quem não é especialista em ciências jurídicas, precisa de explicações à prova de estupidez galopante.

Outra questão insondável: O Ministério da Administração Interna solicitou aos Serviços informações para uma base de dados do pessoal em serviço na administração pública e ofícios correlativos. Cerca de 100 órgãos envolvidos não responderam nem disseram porque não. O Secretário de Estado vai penalizá-los com cativações de 10% sobre os valores gastos em consumíveis em determinadas condições.

Aos responsáveis pelos órgãos faltosos não acontece nada.

Assim nada acontecerá nunca na administração pública em Portugal.

Mais uma: O Público de 18 deste mês dá conta da jurisprudência expendida por três juízes desembargadores da Relação do Porto à volta do roubo de quatro queijos de vaca de um supermercado, concluindo que a ladra exagerou na quantidade se o objectivo dela era matar a fome, de modo que repita-se o julgamento e aplique-se à exagerada uma pena até três anos de cadeia.

Mais outra: O magistrado que tutelava o “processo Judas” (anterior Presidente da Câmara de Cascais) mandou arquivar o processo contra pareceres da PJ, IGAT e Finanças, e criticou PJ por ter investigado JC, “ilustre deputado”.

Conclusão: Valem bem mais quatro queijos de vaca que os terrenos que deviam servir para a construção social, no âmbito do Plano Especial de Realojamento (PER), e que acabaram por ser sujeitos a venda livre, resultando num lucro indevido para o empresário (A. Santo, o tal da famigerada lista de presentes) e num prejuízo efectivo para a autarquia. Vd. PÚBLICO de 17/5.

Ainda outra:

Há já algum tempo alvoroçou-se a capoeira financeira porque alguns moradores tinham sido apanhados em negócios triangulares de escapadela ao fisco, pelo menos.

Depois seguiu-se o silêncio. Não quererá JPP dar um abanão dos seus no assunto?

Só mais outra:

O BES zangou-se com o Expresso & Cª. e cortou-lhe a mesada. Agora, segundo consta, reataram sob o signo da bandeira nacional para o Guiness.
Vale bem outro encontrão, não?

Escuto!

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