A OCDE divulgou hoje o seu boletim de Março com os "indicadores compósito avançados" (valores de Janeiro de 2013) com os quais é pretendido antecipar os momentos de inflexão da tendência da actividade económica. Resumidamente: Nos EUA e no Japão, os indicadores assinalam um crescimento económico sustentado; Na zone euro, e em particular na Alemanha, observar-se-á uma retoma do crescimento, mas uma estagnação em França e na Itália. No Reino Unido, um crescimento próximo da tendência, mas a um ritmo lento. Na China e na Índia, e em menor grau, o crescimento ficará aquem da tendência; Na Rússia, uma rretoma do crescimento. Globalmente, haverá um crescimento sustentado no conjunto dos países da OCDE.
Para Portugal, os indicadores avançados, situam a evolução económica próximo da tendência (99,7) depois de uma aproximação persistente nos últimos nove meses, o que permite considerar, se a metodologia da OCDE não desiludir, que a inflexão estará próxima. Boas notícias? Sem dúvida alguma. Mas muito longe da solução do mais intrincado problema que se coloca por ser insuficiente o crescimento possível, atendendo ao potencial da economia portugesa, para se colocar acima do crescimento dos custos da dívida.
Também hoje, o INE divulgou o seu comunicado habitual - vd aqui - e, para além de confirmar as previsões que já tinha adiantado da diminuição de 3,2% do PIB em 2012, com a redução de 3,8% no 4º. trimestre, calcula o PIB em 165,4 mil milhões de euros no fim do ano passado. Segundo dados do Banco de Portugal -vd aqui - a dívida pública terá atingido, também no final de 2012, 203,4 mil milhões de euros, equivalente a 122,5% do PIB (123% se considerarmos o valor do PIB hoje divulgado pelo INE).
Vale isto por dizer que, mesmo se os indicadores compósitos avançados da OCDE não nos desiludirem, a progressão da dívida manter-se-á imparável com um crescimento anémico por falta evidente de fôlego próprio ainda por cima condicionado por uma carga insuportável do custo da dívida.
Segundo notícias também de hoje, a Moody´s é da mesma opinião.
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Correl.- Salvámos os bancos mas podemos perder uma geração
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Correl.- Salvámos os bancos mas podemos perder uma geração
2 comments:
Na optica dos de cá, como a geração que se perde era aquela "à rasca", devem achar que não se perde nada.
Digo eu...
E talvez acerte.
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