Os resultados da sondagem publicada no Expresso sobre os índices de popularidade dos líderes políticos e dos orgãos de soberania mantêm a tendência das sondagens anteriores: Seguro continua a capitalizar pelo facto de ter sido pelo actual Governo deixado à margem do cumprimento das responsabilidades decorrentes do acordo assinado com a troica pelo trio, de que que o seu partido foi o primeiro signatário (sobe 2,1 pp); Portas, sobe 2,7 pp por se conseguir manter distante dos confrontos; Cavaco Silva continua em perda, umas vezes por falar outras por estar calado (- 5,2 pp); Passos Coelho perde mais 2,1pp. Pior que Passos só a Assembleia da República, o Ministério Público, os Juízes e o Governo.
Quando se comparam estes resultados com as narrativas dos comentadores políticos, com bancas estabelecidas nos principais meios de comunicação social, a convergência mais nítida incide na crítica aos silêncios de Cavaco Silva e na quase unânime contestação à continuidade da acção do executivo, nomeadamente quanto à sua sujeição, aparentemente passiva, às imposições da troica. E como a filosofia popular se pauta por ver consentimento em quem se cala, Cavaco Silva é, por mais horas que trabalhe, visto como conivente das decisões do executivo.
Poderia Cavaco Silva proceder de outro modo? Poderia, mas obrigá-lo-ia a optar por uma interpretação menos restritiva dos poderes presidenciais e a cair na teia da crise, um caminho que, já todos percebemos, ele não seguirá, a menos que circunstâncias extremas eventualmente se lhe imponham. Enquanto tal não ocorrer, Cavaco Silva continuará a gerir o tempo do seu mandato em silêncio e a deixar no ar ou no facebook um ou outro comentário inócuo de vez em quando.
É curioso que, no meio de tanta contestação contra o silêncio do Presidente, não surja quem provoque
uma reacção do elo menor, o que não significa o mais fraco, do executivo: Paulo Portas. O líder do CDS, partido que também sofre alguma erosão nas sondagens, está a conseguir passar incólume e beneficiado no meio da borrasca. E, no entanto, só ele poderá, quando quiser ou for obrigado pela opinião pública, provocar uma alteração no caminho até agora prosseguido pelo Governo.
Tendo deixado fora do governo o líder do PS, Passos está implicitamente refém da bondade com que Portas o deixar continuar a prosseguir. O mesmo é dizer, da forma como Portas continuar a ser avaliado pela opinião pública. Se essa avaliação continuar em alta, a coligação perdurará, e não se comoverá nem com os silêncios nem com ocasionais comentários do Presidente.
Estão, claramente, a errar o alvo aqueles que, pretendendo demover o Governo, atiram sobre o Cavaco Silva.
Poderia Cavaco Silva proceder de outro modo? Poderia, mas obrigá-lo-ia a optar por uma interpretação menos restritiva dos poderes presidenciais e a cair na teia da crise, um caminho que, já todos percebemos, ele não seguirá, a menos que circunstâncias extremas eventualmente se lhe imponham. Enquanto tal não ocorrer, Cavaco Silva continuará a gerir o tempo do seu mandato em silêncio e a deixar no ar ou no facebook um ou outro comentário inócuo de vez em quando.
É curioso que, no meio de tanta contestação contra o silêncio do Presidente, não surja quem provoque
uma reacção do elo menor, o que não significa o mais fraco, do executivo: Paulo Portas. O líder do CDS, partido que também sofre alguma erosão nas sondagens, está a conseguir passar incólume e beneficiado no meio da borrasca. E, no entanto, só ele poderá, quando quiser ou for obrigado pela opinião pública, provocar uma alteração no caminho até agora prosseguido pelo Governo.
Tendo deixado fora do governo o líder do PS, Passos está implicitamente refém da bondade com que Portas o deixar continuar a prosseguir. O mesmo é dizer, da forma como Portas continuar a ser avaliado pela opinião pública. Se essa avaliação continuar em alta, a coligação perdurará, e não se comoverá nem com os silêncios nem com ocasionais comentários do Presidente.
Estão, claramente, a errar o alvo aqueles que, pretendendo demover o Governo, atiram sobre o Cavaco Silva.
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