O acordo, unânime, segundo as notícias vindas a público, dos membros do Eurogrupo de impor aos cipriotas uma taxa sobre os depósitos em bancos, está a merecer críticas contundentes nos mais destacados media do mundo. O que terá levado um grupo que é suposto ser constituido por gente competente e ponderada a subscrever uma proposta idiota? Alucinação colectiva ou síndrome de rebanho extremo? A nenhum ocorreu que a medida pode desencadear uma corrida generalizada aos bancos sem que o BCE disponha de extintores com capacidade suficiente pra dominar o incêndio?
O senhor Carlos Costa, dito governador do Banco de Portugal, disse hoje que "os portugueses podem estar tranquilos porque taxa não é transponível para outros países" . Mas quem é que, hoje, acredita no que dizem os Carlos Costas deste país? Portugal tem um sistema financeiro estável e capitalizado, acrescentou C Costa. Admitamos que isso é verdade, ainda que os sinais exteriores de equilíbrio do sistema estejam longe de ser tranquilizantes. Mesmo assim, o senhor Carlos Costa sabe que por mais irracionais que sejam os começos de uma corrida aos bancos elas tornam-se a breve trecho racionais e imparáveis. Concorde-se, no entanto, que o senhor Carlos Costa disse o que, na circunstância, tinha a dizer.
Voltando ao acordo subscrito pelo Eurogrupo, muito provavelmente imposto pelos alemães, Angela Merkel, dizem as notícias, pretendia uma taxa superior: Independentemente do facto de os bancos em Chipre serem lavadouro de dinheiros de origens mais suspeitas e os seus clientes russos os maiores utilizadores das instalações cipriotas - envolvendo depósitos da ordem dos 40 mil milhões de euros - os banqueiros - sempre eles - banquetearam-se, e, à imagem e semelhança do que aconteceu na Islândia, a conta é agora apresentada aos depositantes, incluindo os dos cipriotas que não são banqueiros nem russos.
Porém, para lá das consequências desastrosas que a medida pode ter, e que nenhum Carlos Costa deste mundo pode desactivar, há uma prepotência que lhe está subjacente que, por ser profundamente anti democrática, é altamente preocupante que todas as cabeças que adoptaram o aborto tenham abanado para o mesmo lado esquecendo que a democracia é o valor maior das sociedades ocidentais.
E por quanto? Por talvez menos que dois buracos do tamanho do BPN. Um escândalo que o tempo promete fazer esquecer.
Porém, para lá das consequências desastrosas que a medida pode ter, e que nenhum Carlos Costa deste mundo pode desactivar, há uma prepotência que lhe está subjacente que, por ser profundamente anti democrática, é altamente preocupante que todas as cabeças que adoptaram o aborto tenham abanado para o mesmo lado esquecendo que a democracia é o valor maior das sociedades ocidentais.
E por quanto? Por talvez menos que dois buracos do tamanho do BPN. Um escândalo que o tempo promete fazer esquecer.
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