Leio de relelance numa banca de jornais que o grupo liderado por Alexandre Soares dos Santos vai abrir quarenta clínicas em centros comerciais. Já em casa, confirmo que não li mal por ter lido enquanto pagava a conta do combustível: Como projecto-piloto, em Julho foram abertas pelo grupo de Soares dos Santos quatro clínicas de saúde oral, nutricionismo e tratamento dos pés, abertas todos os dias da semana das dez da manhã às dez da noite. O objectivo é atingir quarenta unidades semelhantes. Investimento previsto: quatro milhões de euros.
À procura da notícia na net encontrei outros quarenta objectivos para o mesmo grupo: quarenta lojas na Colômbia. Por momentos supus estar perante uma qualquer confusão mediática entre 40 lojas na Colômbia e 40 clínicas em centros comerciais. Mas não há qualquer equívoco: São mesmo quarenta de um lado e quarenta do outro. A Colômbia passará, deste modo, a ser o terceiro mercado de implantação, depois de Portugal e Polónia, do grupo Jerónimo Martins.
A notícia vale um comentário, não tanto pela coincidência numérica dos objectivos, mas pela persistência dos empresários na aposta em serviços mesmo em tempos de uma gravíssma crise que germinou, precisamente, pela prevalência excessiva do sector terciário relativamente aos sectores primário e secundário. Se não produzimos para a troca não poderemos trocar e a crise aparece.
Há algum tempo, recordo-me de ter ouvido Soares dos Santos afirmar a intenção do grupo Jerónimo Martins investir em produção agrícola que possa abastecer os seus supermercados de produtos cuja oferta interna é manifestamente insuficiente. Já em Março de 2009, em entrevista ao Expresso que referi aqui, Soares dos Santos dava a produção nacional de morangos como exemplo dessa insuficiência. E a prova de que a sua afirmação era, e continua a ser, consistente está no facto de este ano a Câmara ter patrocinado - vd aqui a colocação de postos de venda no Rossio de morangos ... espanhóis!
Ultimamente, têm vindo a publico notícias que dão conta do interesse de muitos jovens pela agricultura. Muitos, certamente, por falta de alternativas, com todas as probabilidades de falhanço que acompanham a perseguição de objectivos de último recurso. A probabilidade de insucesso aumenta se o ministério da Agricultura não corresponder em tempo útil com medidas que possam disponibilizar terras para os interessados em trabalhar nelas. Mas, para além disso, é tempo das cadeias de distribuição patrocinarem e integrarem parcerias com esses jovens agricultores de modo a garantirem a sua própria sobrevivência em Portugal. A menos que a sua estratégia seja a de abandonar este barco e contar apenas com a frota lá fora.
Ultimamente, têm vindo a publico notícias que dão conta do interesse de muitos jovens pela agricultura. Muitos, certamente, por falta de alternativas, com todas as probabilidades de falhanço que acompanham a perseguição de objectivos de último recurso. A probabilidade de insucesso aumenta se o ministério da Agricultura não corresponder em tempo útil com medidas que possam disponibilizar terras para os interessados em trabalhar nelas. Mas, para além disso, é tempo das cadeias de distribuição patrocinarem e integrarem parcerias com esses jovens agricultores de modo a garantirem a sua própria sobrevivência em Portugal. A menos que a sua estratégia seja a de abandonar este barco e contar apenas com a frota lá fora.
3 comments:
Excelente ideia !
Excelente ideia !
Muito bem, até podem recuperar alguma coisa perdida na agricultura Portuguese mas é muito a custo das pessoas que trabalham como escravos para eles e aplica-se a tudo o que é centros comerciais e hipermercados.
No entanto, também vão buscar ao estrangeiro muitos produtos. Se dissessem que só apostavam nos produtos portugueses, aí sim era de valor e eu dava a mão à palmatória.
As pessoas são cegas, pensam que os hipermercados estão a distribuir para todos por igual, desenganem-se, parece mais um género de ditadura que outra coisa.
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